Vai faltar alimento no mundo?

Perguntado por: ajordao . Última atualização: 26 de abril de 2023
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A população mundial em situação de insegurança alimentar aguda passou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões, e atualmente 845 milhões de pessoas no planeta ainda carecem de alimentação adequada. E o quadro pode se tornar ainda mais sério.

A rápida expansão populacional, a mudança climática e a degradação dos recursos hídricos e fundiários devem tornar o mundo mais vulnerável à insegurança alimentar, com o risco de não ser possível alimentar toda a população até 2050, disse a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) nesta segunda-feira (28).

Veja abaixo os principais dados do relatório SOFI 2023 da ONU: 735 milhões de pessoas atualmente passam fome no mundo.

As causas foram praticamente as mesmas da crise atual: aumento do número de consumidores, alta do barril de petróleo, queda do dólar (os alimentos são cotados no mercado internacional em dólar) e mudanças climáticas. Na verdade, a crise dos alimentos é fruto do desequilíbrio na relação econômica entre oferta e procura.

A fome é um problema que afeta 811 milhões de pessoas em todo o mundo. Os fatores que causam a fome no mundo são vários, dentre os quais estão a desigualdade social, a pobreza, os conflitos e guerras, as crises econômicas, a má distribuição de alimentos e o manejo inadequado dos recursos naturais.

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Com isso, a insegurança alimentar no Brasil superou, pela primeira vez, a média simples dos 122 países analisados pela pesquisa da Gallup —que é de 35%. O país ficou na 63a posição do ranking.

Cinco atitudes e ações da ONU para acabar com a fome

  1. Não desperdice comida. Se você tiver sobras, congele elas para mais tarde ou use elas como ingrediente para fazer uma nova refeição. ...
  2. Produza mais, com menos. ...
  3. Adote uma dieta mais saudável e sustentável. ...
  4. Defenda a #FomeZero.

O Brasil saiu oficialmente do Mapa da Fome em 2014, conforme o relatório global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgado naquele ano. O fato ocorreu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), sucessora de Lula.

Em 2050, a maior parte da proteína que iremos consumir virá de fontes vegetais ou de carnes produzidas em laboratório. Empresas como a Beyond Meat e a Impossible Foods já estão popularizando produtos de origem vegetal como alternativas ao consumo de carne em todo o mundo.

Em 2050 a expectativa é de chegarmos a 10 bilhões de pessoas, passando da casa dos bilhões sem acesso a comida, número muito acima dos dias atuais.

QUAIS SERÃO OS ALIMENTOS DO FUTURO
Algas marinhas: laver e wakame. Leguminosas: fava, lentilha, feijão azuki, mungo-verde, feijão-bambara, feijão-de-corda, feijão-marama, feijão preto e feijão de soja. Cacto: nopal.

O pior período de fome no Brasil foi na década de 1980, quando cerca de 40% (número próximo dos 50 milhões) da população estavam em extrema pobreza e passavam fome.

Entre as grandes crises de fome que afetaram a população mundial ao longo da história, destacam-se as registradas na Índia colonial, entre 1769 e 1770, que causou a morte de cerca de 10 milhões de pessoas (um terço da população).

O desespero pode fazer com que muitas pessoas corram para os supermercados com o objetivo de estocar comida e outros produtos. Mas será que isso é realmente necessário? A resposta vem direto dos especialistas, de forma curta e grossa: não!

Somália, Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul e Iêmen têm situação mais preocupante; estudo da FAO e PMA indica que 970 mil pessoas podem morrer por falta de alimentos; ação humanitária deve ser urgente e preventiva.

Os ranqueamentos de fome no mundo trazem tradicionalmente países com problemas político-militares nas primeiras posições, como Somália, Sudão do Sul, Síria e Iêmen.

“Para acabar com a fome no país, temos a solução. É a reforma agrária: desapropriação de latifúndio, produção de alimento saudável e fortalecimento da agricultura familiar”, afirma Alexandre Conceição, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O país havia saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, por meio de estratégias de segurança alimentar e nutricional aplicadas desde meados da década de 1990.

É muito difícil." Eliminar a pobreza do país, no entanto, é acessível. Especialistas ouvidos pelo g1 e pela GloboNews estimam que seja necessário entre R$ 43 bilhões e 80 bilhões anuais para que toda a população supere ao menos a pobreza extrema – valores menores que os gastos atualmente no pagamento do Auxílio Brasil.

Para a FAO, os principais fatores que influenciaram nesse aumento expressivo da fome, tanto no Brasil, quanto no mundo, foram a pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia. Ambos os eventos ainda causam problemas na produção e no abastecimento de alimentos em diversos países.