Tem gente que mora em Chernobyl?

Perguntado por: icardoso . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Atualmente, existem algumas pessoas que ainda moram nas regiões vizinhas a Chernobyl. Chamados de Samosely, os moradores do entorno se recusaram a deixar suas casas após o fatídico acidente de 1986. De acordo com o site Hiper Cultura, existem cerca de 130 moradores na cidade de Chernobyl.

Especialistas disseram que levará pelo menos 3 mil anos para que a área se torne segura, enquanto outros acreditam que isso é muito otimista. Pensa-se que o local do reator não se tornará habitável novamente por pelo menos 20 mil anos, de acordo com relatório de 2016.

O que explica isso? Um dos motivos é a diferença de radioatividade emitida em cada um dos casos. Quando o reator de Chernobyl explodiu, estima-se que foram liberadas sete toneladas de combustível nuclear. No total, o desastre emitiu 100 vezes mais radiação que as bombas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki.

Visitar a Zona de Exclusão de Chernobyl é surpreendentemente seguro. Os níveis de radiação estão controlados nas áreas abertas à visitação, sem perigos para curtas exposições. Aliás, vale mencionar que estamos expostos a diferentes níveis de radiação no dia a dia, do ar que respiramos aos alimentos que comemos.

Em Hiroshima e Nagasaki, as bombas explodiram no ar, a mais de 500 metros acima do solo. Isso significa que o material radioativo se dissipou no ar, reduzindo as partículas tóxicas no solo. Em contraste, a explosão de Chernobyl foi no nível do solo e o incêndio que irrompeu continha material radioativo.

Resumindo, embora milhares de pessoas ainda trabalhem no local todos os dias, “a catástrofe nuclear de Chernobyl não é administrável de forma alguma”. A academia local na cidade de Chernobyl oferece uma oportunidade para atividades físicas e de recreação, como uma partida de tênis de mesa depois do trabalho.

Alguns cães de Chernobyl foram adotados. Muitos animais domésticos foram abandonados em Chernobyl após o acidente nuclear. Como esses animais não se espalham por grandes territórios, a maioria foi deixada viva.

Os efeitos danosos foram sendo compreendidos ao longo do tempo. Em 2000, 3,5 milhões de ucranianos se diziam afetados por material radioativo de Chernobyl e recebiam auxílio do governo por conta disso. Muitas dessas pessoas pertenciam a populações reassentadas, pois moravam em áreas de risco radioativo.

Portanto, mesmo que turistas sigam se aventurando para explorar o local por breves períodos e com várias restrições, viver por lá não é nada seguro — mas, enquanto isso, Hiroshima hoje é como qualquer outra grande cidade japonesa, com moradores e turistas que viajam para lá normalmente.

Sobrevivente de Chernobyl
Nascida em 1989, apenas 3 anos depois do acidente nuclear de Chernobyl, que ocorreu em 1986 e até hoje é lembrado como a maior tragédia nuclear acidental do mundo, Masters foi abandonada por sua mãe biológica ainda quando era um bebê, e até ser adotada, passou por 3 abrigos diferentes.

Esse acidente aconteceu no reator 4 da usina de Chernobyl e foi resultado de falha humana, uma vez que os operadores do reator descumpriram diversos itens dos protocolos de segurança.

15 minutos

A radiação permanece no corpo apenas durante o tempo em que o paciente fica no aparelho (de 7 a 15 minutos).

Atualmente, há diversas técnicas de descontaminação que removem isótopos da superfície ou do interior do organismo, o que reduz a incorporação e os efeitos em alguns casos, mas não há como remover o processo físico da radiação e nem o seu dano.

Chernobyl

Eis os piores acidentes nucleares da história, segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA): Chernobyl (1986) – Ucrânia (ex-URSS) Fukushima Daiichi (2011) – Japão. Kyshtym (1957) – Rússia.

Para chegar ao local do desastre nuclear, os turistas precisam entrar em contato com empresas registradas pelo governo ucraniano e agendar suas visitas com antecedência. Os valores para um dia custam em média US$ 100, cerca de R$ 386.

As visitas em geral duram 1 ou 2 dias (algumas duram mais tempo do que isso). Nesse período, você caminha por vários pontos demarcados de Pripyat e Chernobyl, além de ver de longe o Sarcófago. Desde 2008 não é permitido entrar em nenhuma das construções, porque elas têm risco de desabar (26 anos sem manutenção…).

Foi assim que tudo permaneceu até 2011, quando o governo ucraniano abriu oficialmente partes da zona de exclusão ao turismo. Finalmente, mais de 30 anos após o pior desastre nuclear do mundo, visitar Chernobyl se tornou possível. Então, mais de 10 mil visitantes passam por aqui anualmente.

Por que Chernobyl interessa à Rússia? A localização da usina é estratégica por ficar um pouco abaixo da fronteira com a Belarus —aliada da Rússia na guerra— e a apenas 120 km de Kiev, capital da Ucrânia.

Com a produção e transportes afetados por uma guerra nuclear, a exportação de milho do Brasil poderia aumentar, mas dificilmente isso aconteceria sem diminuir a oferta do grão em território nacional.

O número aproximado de mortes contabilizadas pelos bombardeios é de 140 mil em Hiroshima e 74 mil em Nagasaki. As bombas Little Boy, lançada em Hiroshima, e a Fat Man, em Nagasaki, levaram os japoneses a declarar sua rendição em 14 de agosto de 1945, com a oficialização em 2 de setembro do mesmo ano.