Será que ainda existe escravidão no Brasil?

Perguntado por: lalmeida7 . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Os casos de trabalho escravo no Brasil atual acontecem principalmente na zona rural dos municípios, associados ao extrativismo mineral e à atividade agropecuária em sua maioria. Mais de 60 mil pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão no Brasil entre 1995 e 2022.

Segundo a Fundação Walk Free, a pobreza e a falta de oportunidades desempenham importante papel no aumento da vulnerabilidade das pessoas à escravidão moderna. Outros fatores contribuintes além das desigualdades sociais são a xenofobia, o patriarcado e a discriminação de gênero.

O Brasil tem 1.053.000 pessoas em situação de escravidão contemporânea, de acordo com a Fundação Walk Free. Isso significa que cinco em cada mil habitantes do país (0,5%) são submetidos ao trabalho ou ao casamento forçado, estima a ONG.

O professor da Escola de Comunicações e Artes da USP Dennis de Oliveira explica que a escravidão ainda não acabou “porque houve uma transição do modelo de mão de obra assalariada, particularmente nos países da periferia do capitalismo, como o Brasil, de uma forma gradual, controlada e sem uma ruptura com a ordem ...

Isso acontece porque existem ainda hoje pessoas que não se colocam no lugar do outro e não pensam que os direitos são para todos. Os direitos trabalhistas não foram criados apenas para onerar o empregador ou gerar dificuldades para o empreendedorismo brasileiro.

Os casos de trabalho escravo no Brasil atual acontecem principalmente na zona rural dos municípios, associados ao extrativismo mineral e à atividade agropecuária em sua maioria. Mais de 60 mil pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão no Brasil entre 1995 e 2022.

A produção agropecuária, a atividade extrativista e a indústria são exemplos de setores envolvidos no trabalho escravo no Brasil. Os dados mais recentes do trabalho escravo no Brasil atual indicam que foram resgatados 1937 escravos no Brasil no ano de 2021.

Quase 135 anos após a abolição da escravatura no Brasil, situações análogas ao trabalho escravo lamentavelmente ainda são registradas no país. Com efeito, o exemplo mais recente aconteceu no Rio Grande do Sul, no final do mês passado.

Para acabar com a escravidão é preciso atacar esse tripé. Temos que garantir condições de vida e de trabalho, saúde, segurança, habitação, moradia e educação para que essas pessoas que possuam trabalhos análogos à escravidão possam sair dessa condição de pobreza e vulnerabilidade.

A Região Norte é a responsável pela maior quantidade de registros de utilização de mão-de-obra em condição análoga à de escravidão.

A Justiça do Trabalho vem assumindo importante papel no combate à utilização do trabalho em condição análoga à de escravo, por meio da fixação, em ações civis públicas ou coletivas ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho, de severas condenações de ordem pecuniária (multas e indenizações pelos danos causados ao ...

Francisco Félix de Sousa

Francisco Félix de Sousa (Salvador, 4 de outubro de 1754 — Uidá, Benim, 4/8 de maio de 1849) foi o maior traficante de escravos brasileiro e Chachá da atual cidade de Uidá no Benim.

Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII e existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era superior nos engenhos instalados pelo país.

Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.