Quem tem epilepsia tem problemas psicológicos?

Perguntado por: egoulart8 . Última atualização: 28 de abril de 2023
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Os pacientes portadores de epilepsia têm, potencialmente, condições de desenvolver alterações de ordem cognitiva e/ou psíquicas, seja pela multiplicidade de possibilidades de desenvolvimento do foco irritativo cerebral ou proporcional à diversificação de funcionalidade dos grupamentos neuronais.

Sua atenção pode desviar mais do que antes. Algumas pessoas dizem que sua personalidade mudou depois de sofrer convulsões por muitos anos. Também pode ser mais difícil para você interromper comportamentos indesejados. Você pode dizer o que está pensando, mesmo quando não é a hora certa.

Pacientes com epilepsia também apresentam TP mais graves, como o transtorno afetivo bipolar (TAB) e a esquizofrenia, cuja sintomatologia pode ser considerada semelhante àquela de pacientes sem epilepsia.

No decorrer da crise o paciente fica entorpecido e confuso, apresentando comportamentos automáticos tais como: caminhar desorientado, murmurar, rodar a cabeça, sentar e levantar, mexer nas roupas esticando-as, olhar fixo etc. Neste caso o paciente não lembra desses atos praticados por ele mesmo.

A prevalência de depressão entre os pacientes com epilepsia está entre 15% e 60%, e o risco de suicídio seja cerca de nove vezes maior que na população geral.

Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa. Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento ou contrações ou, então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou, ainda, alterações transitórias da memória.

Pacientes com epilepsia têm maior propensão à depressão e à ansiedade.

Assim como o sono, o estresse e a epilepsia são uma faca de dois gumes. Estresse, ansiedade e outros transtornos de humor podem desencadear convulsões, mas são bastante comuns entre pessoas com epilepsia.

Se o portador de epilepsia restar incapacitado para o labor ou para atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, poderá requerer o auxílio-doença (auxílio por incapacidade temporária) diretamente na autarquia previdenciária, nos termos dos artigos 59 ao 64 da Lei de Benefícios.

Lúpus e epilepsia podem ser incluídas no rol de doenças para aposentadoria por incapacidade — Rádio Senado.

As psicoses correlacionadas com a epilepsia podem se assemelhar à esquizofrenia (esquizomorfas) ou se assemelhar a depressão e transtorno bipolar (distímicas), e podem chegar ao Furor Epiléptico. Freqüentes no estado pós-ictal, geralmente surge após uma descompensação com aumento do número de das crises epilépticas.

Considera-se epilepsia de difícil controle quando o tratamento com pelo menos duas medicações antiepilépticas (adequadas para o tipo de crise e em doses terapêuticas) não forneceu controle satisfatório das crises epilépticas, ainda que utilizadas por tempo adequado para determinar a sua eficácia.

No século passado, surgiu o conceito de "personalidade epiléptica", descrita como um síndrome inter-ictal caracterizado por impulsividade explosiva, afeto viscoso (tendência a prolongar o contato com outras pessoas, sendo freqüentemente repetitivo e "pegajoso"), e egocentrismo (excessiva preocupação consigo mesmo).

A epilepsia é um distúrbio do cérebro que se expressa por crises repetidas. Não se trata de uma doença mental, embora as crises possam ser desencadeadas por estresse e ansiedade.