Quem revolucionou a psiquiatria no Brasil?

Perguntado por: ialbuquerque . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Franco Basaglia

A Reforma Psiquiátrica no Brasil teve como primeira fonte inspiradora as ideias e práticas do psiquiatra Franco Basaglia, que revolucionou, a partir da década de 1960, as abordagens e terapias no tratamento de pessoas com transtornos mentais nas cidades italianas de Trieste e Gorizia.

Na década de 1940, quando era comum tratar pacientes internados em manicômios com métodos agressivos como o eletrochoque, camisa de força e lobotomia, Nise da Silveira defendeu formas mais humanizadas de tratamento. Ela quebrou padrões e se tornou a pioneira da reforma psiquiátrica e luta antimanicomial no Brasil.

Nise Magalhães da Silveira nasceu em 1905 e ajudou a escrever e revolucionar a história da psiquiatria no Brasil e no mundo. Nascida em Maceió, Alagoas, ela ficou conhecida por humanizar o tratamento psiquiátrico e era contrária às formas agressivas usadas em sua época, como o eletrochoque.

Por promover o reconhecimento do doente mental como obje- to da psiquiatria, chamou-se habitualmente de primeira revolução psiquiátrica ao movimento de fundação dos hospitais psiquiátricos e casas de saúde (Zilboorg, 1968).

Marcos da psiquiatria no país
1831: José Martins da Cruz Jobim (1802-1878), pioneiro na psiquiatria, publica o primeiro escrito sobre doenças mentais no Brasil. 1852: É inaugurado o Hospício de Pedro II, o “Palácio dos Loucos”, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. É o primeiro do gênero por aqui.

Podemos dizer que a psiquiatria se iniciou, então, no final do século 18, quando o médico francês Philippe Pinel começou a classificar os doentes separando o que seria um desvio social de uma enfermidade mental. Ele passou a criar uma linguagem que configuraria a nova especialidade da Medicina.

Professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e estudioso do cérebro humano, Valentim Gentil Filho é um dos mais influentes profissionais da moderna psiquiatria brasileira.

Influenciado pelas idéias do Iluminismo e da Revolução Francesa, Philippe Pinel (1745-1826) foi pioneiro no tratamento de doentes mentais e um dos precursores da psiquiatria moderna. Formado em medicina pela Universidade de Tolouse (França), dirigiu os hospitais de Bicêtre e Salpêtrière.

Ela propunha tratamentos alternativos, mais humanizados, para garantir a recuperação dos pacientes. Um dos métodos alternativos propostos por Nise foi o uso da arte. Ele incentivava seus pacientes a se engajarem na pintura e na modelagem como forma de tratar sua saúde mental.

Nise da Silveira foi uma psiquiatra brasileira considerada a pioneira na utilização de tratamentos humanizados para pacientes com transtornos mentais. Ela colocava os seus pacientes em contato com expressões artísticas e animais domésticos durante o tratamento, e criticava os tratamentos violentos, como o eletrochoque.

Assim, ela afirma que a esquizofrenia é um dos modos de ser no mundo e percebe coisas antes não questionadas: a possibilidade do paciente se expressar por outros meios que não pela linguagem verbal e o desenvolvimento de uma terapêutica ocupacional, especialmente das atividades expressivas.

Viktor Emil Frankl (1905 - 1997) é reconhecido como um dos maiores psiquiatras da história, criador de um método terapêutico baseado na busca pelo sentido da vida.

O processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil teve seu início ao final da década de 70, logo ao fim do período da ditadura militar brasileira, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, da defesa da saúde coletiva e do protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos ...

O primeiro psiquiatra brasileiro foi, provavelmente, Antônio Gonçalves Gomide (1770-1835), um mineiro nascido na cidade de Piranga e que estudou no Seminário Diocesano de Mariana, diplomando-se em medicina pela Universidade de Edimburgo na Escócia2.

Três questões importantes fizeram parte da agenda da I CNSM: Economia, Sociedade e Estado: impactos sobre saúde e doença mental; Reforma Sanitária e reorganização da assistência à Saúde Mental; cidadania e doença mental: direitos, deveres e legislação.

A primeira iniciativa que sugeriu de forma clara e objetiva a criação de um espaço próprio para os portadores de doença mental data de 1838 e encontra-se em um relatório da Comissão de Salubridade da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro.

Importantes acontecimentos como a intervenção e o fechamento da Clínica Anchieta, em Santos/SP, e a revisão legislativa proposta pelo então Deputado Paulo Delgado por meio do projeto de lei nº 3.657, ambos ocorridos em 1989, impulsionam a Reforma Psiquiátrica Brasileira.

A assistência aos pacientes com transtornos mentais no Brasil surgiu nos primeiros hospícios de forma totalmente excludente, retirando os que eram considerados loucos da sociedade. Essa assistência tinha o seu foco simplesmente na doença, esquecendo assim, de compreender o sujeito na sua totalidade.

O projeto de reforma psiquiátrica foi apresentado em 1989 pelo então deputado Paulo Delgado (MG). Após 12 anos, o texto foi aprovado e sancionado como Lei nº 10.216/2001, ficando conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, Lei Antimanicomial e Lei Paulo Delgado.

Em 1970, na cidade de São Paulo, ocorreu o I Congresso Brasileiro de Psiquiatria, promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Durante o evento, foi lançada a Declaração de princípios de saúde mental, em que se pôde observar o predomínio dessa corrente de pensamento.

Médico e psiquiatra italiano, nascido em Veneza no ano de 1924, vindo a falecer em 1980, Franco Basaglia, após a 2ª Guerra Mundial, depois de 12 anos de carreira acadêmica na Faculdade de Medicina de Padova, tornou-se o líder reconhecido do importantíssimo movimento pela reforma psiquiátrica na Itália.