Quem mais sofre violência?

Perguntado por: lzanette . Última atualização: 1 de fevereiro de 2023
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A publicação recente do Atlas da Violência 2021 trouxe números que comprovam o quanto há parcelas da população mais vulneráveis que outras em relação à segurança. Os dados analisados consideram o período entre 2009 e 2019 e mostram que negros, jovens e mulheres são as maiores vítimas de agressão e homicídio.

Vítimas de homicídios: 91, 4% são homens.

No nosso país, a mortalidade masculina é maior em praticamente todas as faixas etárias, realidade que poderia ser explicada, entre outras razões, pela falta de uma política pública focada nos homens.

Estratificando em dois subgrupos, observa-se que o percentual de assassinatos é maior contra jovens de 20 a 24 anos (52,3%), seguido pelo subgrupo de 25 a 29 anos (43,7%). A desigualdade racial também é perceptível nos indicadores sociais de violência. Em 2018, pretos e pardos foram 75,7% das vítimas de homicídio.

A mortalidade, a internação hospitalar e os atendimentos de emergência por agressão no Brasil, de 1996 a 2007, foram analisados em artigo publicado na edição de dezembro da Revista Ciência e Saúde Coletiva (vol. 17, no. 12, dez.

Resumidamente, são eles:

  • I - violência física. Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal;
  • II - violência psicológica. ...
  • III - violência sexual. ...
  • IV - violência patrimonial. ...
  • V - violência moral.

Segundo o Dossiê Mulher 2019, estudo relativo à violência contra as mulheres no Estado do Rio de Janeiro e divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), a ameaça foi um tipo de crime que teve as mulheres como principais vítimas em 2018: 66,8% do total, o que representa 37.423 mulheres.

O Brasil é líder na quantidade absoluta de mortes e está entre os 10 países mais violentos do planeta — disse Lima. — Quando se olha com zoom, 30 cidades brasileiras têm taxas acima de cem mortes por 100 mil habitantes — afirmou, reforçando que o índice nesses municípios é maior que o de qualquer país do mundo.

As vítimas são, em sua maioria, pessoas negras (77,9%), jovens (50%) e do sexo masculino (91,3%). A maior parte (76%) das mortes violentas intencionais registradas no território brasileiro ocorreram via arma de fogo.

Segundo o FBSP, no ano de 2021, a unidade federativa com a maior taxa de homicídios do Brasil foi o Amapá com 53,8 homicídios intencionais, seguida da Bahia (44,9) e Amazonas (39,1). O estado de São Paulo teve a menor taxa (7,9), seguido de Santa Catarina (10,1) e Distrito Federal (11,2).

Os homens vivem, em média, sete anos e meio a menos que as mulheres. As principais causas de mortalidade masculina entre 20 e 59 anos são as causas externas, como agressões e acidentes de veículos, que correspondem a 89.528 óbitos (36,4%).

Quadro 1 - Distribuição da frequência de óbitos no sexo masculino, nas macrorregiões do Brasil, 2014-2018. Fonte: DATASUS/SIM. Verificou-se que o maior percentual de óbitos se encontra na faixa etária de 80 e+ (21,76%). Diferente da faixa etária de 5 a 9 anos que se encontra com o menor percentual de óbitos (0,26%).

De janeiro a junho de 2022, o Brasil já registrou 135 mortes de pessoas LGBTI, segundo a pesquisa do GGB (Grupo Gay da Bahia), divulgada nesta 3ª feira (28. jun. 2022), em comemoração ao Dia do Orgulho LGBTI.

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que 70% das vítimas são negras ou pardas e 61% têm no máximo o ensino fundamental.

As raízes de tal violência podem ser encontradas na herança arcaica, que tem formado a identidade brasileira desde nossos primeiros dias. O interesse dos colonizadores de então era extrair riquezas, sem considerar o estabelecimento da nação.

A ocorrência de agressões também é maior entre pessoas pretas e pardas e também entre as de menor renda. A parcela das pessoas brancas que relatou alguma agressão era de 16,6%, frente a 20,6% dos pretos e 19,3% dos pardos.