Quem mais sofre de violência no Brasil?

Perguntado por: eferrari . Última atualização: 26 de abril de 2023
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Mulheres negras, de baixa escolaridade, com filhos e divorciadas são as principais vítimas, revelou a pesquisa.

Em 2018, o Brasil registrou 57.956 homicídios. Em 2019 este número ficou em 45.503. A queda foi de 21,5%. De 2014 a 2019, a queda na taxa de homicídios é ainda maior: 24,8%.

O grupo etário com maior prevalência de agressão física foi o de mulheres de 45 a 59 anos (28,7%).

Mulheres mais jovens correm o maior risco de violência recente. Entre aquelas que já estiveram em um relacionamento, as maiores taxas (16%) de violência praticada pelo parceiro nos últimos 12 meses ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos.

Jovens negros são os que morrem mais.
Apesar de a pesquisa DataSenado evidenciar que a população brasileira reconhece os jovens e os negros, separadamente, como sendo as maiores vítimas de atos violentos no Brasil, 77% dos respondentes acreditam que a cor da pele não faz diferença em relação às mortes de jovens.

Crianças e adolescentes são as maiores vítimas de violações no Brasil, diz secretário.

A publicação recente do Atlas da Violência 2021 trouxe números que comprovam o quanto há parcelas da população mais vulneráveis que outras em relação à segurança. Os dados analisados consideram o período entre 2009 e 2019 e mostram que negros, jovens e mulheres são as maiores vítimas de agressão e homicídio.

Crimes mais cometidos no Brasil e penalidades
Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam pessoas às prisões no Brasil, com 28% da população carcerária total, segundo o Depen. Somados, roubos e furtos chegam a 37% das ocorrências. Os homicídios representam 11% dos crimes que causam prisão.

De acordo com o Instituto, a maior parte das vítimas sofreu roubo de bens fora do domicílio, seguido de roubo em seu próprio domicílio. No primeiro tipo de crime, o uso de arma foi acima de 80%, porcentagem superior aos crimes ocorridos dentro de domicílios.

As causas para a violência no Brasil possuem natureza estrutural e sistêmica. São exemplos as profundas desigualdades sociais, a falta de oportunidades para as camadas mais pobres da população, a ausência e a negligência do Estado, o sistema judiciário falho, o aumento da circulação de armas e o tráfico de drogas.

Conforme a ONU e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), estimativas apontam que uma mulher a cada 15 segundos, um idoso a cada 10 minutos e 18 mil crianças por dia sejam vítimas de algum tipo de violência no país.

No Brasil, a violência urbana se intensificou a partir da segunda metade do século XX e é observada tanto nas pequenas cidades quanto nos grandes centros urbanos. Somente em 2021 foram registrados mais de 65 mil homicídios no país, os quais vitimaram principalmente a população negra e jovem.

Na puberdade, o contato físico é uma maneira inconsciente de explorar a pele do outro. Essa atividade envolve uma experimentação que pode ganhar formas mais ríspidas, sem necessariamente indicar descontrole ou intenção de humilhar.

“Entende-se por vítima qualquer pessoa natural que tenha sofrido danos físicos, emocionais, em sua própria pessoa ou em seus bens, causados diretamente pela prática de um crime, ato infracional, calamidade pública, desastres naturais ou graves violações de direitos humanos.” (art. 3º da Resolução nº 243/2021/CNMP).

Cinco tipos de violência
E que lhe cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial.

Os maiores agressores foram os filhos (124 casos, 65% do total) seguidos de outros familiares com 36 ocorrências (19%) e de pessoas conhecidas (15 dos casos, 7% dos registros), grupo no qual estão incluídos amigos, cuidadores e vizinhos.

As mulheres negras são as principais vítimas de feminicídio no País. Elas representam 67% dos casos notificados em 2020, sendo as mulheres pardas 61% e as pretas, 6%. As mulheres brancas correspondem a 29,5% dos feminicídios e as indígenas, 1%.

Além da desigualdade social, outro fator de risco que lidera as causas das violências no Brasil é a política equivocada de guerra às drogas, que fomenta confrontos diversos entre facções criminais e entre estas e as forças policiais, vitimando civis e policiais, em sua maioria, jovens, pobres e negros.

  • Líder em mega-assaltos, Márcio do Carmo Pimentel é apontado como um dos criminosos mais procurados do país. Imagem: Reprodução.
  • Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. Imagem: Reprodução.
  • Leomar Oliveira Barbosa é antigo aliado de Fernandinho Beira-Mar. Ele foi solto após erro do sistema carcerário e está foragido.

Quando falamos em rankings específicos de segurança pública, considerando os baixos índices de homicídios e mortes no trânsito, São Paulo, em SP, se destaca em primeiro lugar. Em seguida aparecem, respectivamente, Santos e Mauá, ambos municípios também paulistas.