Quem mais sofre com a violência no Brasil?

Perguntado por: esantos . Última atualização: 30 de abril de 2023
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A pesquisa mostra que a violência atinge mais as mulheres, os jovens, as pessoas pretas ou pardas e a população de menor rendimento. De acordo com a PNS, o percentual de mulheres que sofreram violência nos 12 meses anteriores à entrevista é de 19,4% ante 17,0% de homens.

O grupo etário com maior prevalência de agressão física foi o de mulheres de 45 a 59 anos (28,7%).

Destaca-se que os homens são as maiores vítimas da violência.

A publicação recente do Atlas da Violência 2021 trouxe números que comprovam o quanto há parcelas da população mais vulneráveis que outras em relação à segurança. Os dados analisados consideram o período entre 2009 e 2019 e mostram que negros, jovens e mulheres são as maiores vítimas de agressão e homicídio.

Além da desigualdade social, outro fator de risco que lidera as causas das violências no Brasil é a política equivocada de guerra às drogas, que fomenta confrontos diversos entre facções criminais e entre estas e as forças policiais, vitimando civis e policiais, em sua maioria, jovens, pobres e negros.

Vítimas da sociedade, que são aquelas coletividades as quais o próprio sistema social as converte em vítimas ou delinquentes; Vitimização supranacional, aquelas relacionadas a uma comunidade social, vítimas de delitos como o genocídio e o terrorismo.

No Brasil, a violência urbana se intensificou a partir da segunda metade do século XX e é observada tanto nas pequenas cidades quanto nos grandes centros urbanos. Somente em 2021 foram registrados mais de 65 mil homicídios no país, os quais vitimaram principalmente a população negra e jovem.

Apesar da queda, o Brasil é o país com maior número absoluto de homicídios do planeta e ocupa a posição de oitavo país mais violento do mundo, de acordo com ranking da UNODC. Com 2,7% da população do planeta, o Brasil responde por 20,4% dos 232.676 homicídios registrados em 2020 em 102 países pelo órgão.

Dois em cada dez homens adultos (21%) dizem ter sido vítimas de agressão ou violência sexual quando menores de idade.

De acordo com os cálculos presentes no vídeo, o número total de assassinatos de homens ocorridos em ambiente doméstico totalizou 91.116, enquanto o número de casos de mulheres totalizou 19.312, sendo quatro em cada cinco vítimas um homem.

Entre os homens, a violência psicológica e física é praticada por alguém fora do núcleo familiar e é mais alta fora do domicílio, em comparação às mulheres. Vítimas de violência psicológica correspondem a 95,0% das vítimas de pelo menos uma das três agressões.

Os tipos mais comuns de feminicídio reconhecidos são:

  • Íntimo e Familiar. Denomina-se feminicídio íntimo aquele cometido pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima, seja qual for a situação legal entre eles. ...
  • Lesbicídio. ...
  • Feminicidio racial. ...
  • Feminicídio em série. ...
  • Números do Feminicídio no Brasil.

Entre as vítimas de violência, 38% afirmaram que tinham até 19 anos de idade quando foram agredidas pela primeira vez; 39%, de 20 a 29 anos idade; 14%, de 30 a 39 anos de idade; 8%, de 40 a 49 anos de idade; 1%, de 50 a 59 anos de idade; e 1%, 60 anos de idade ou mais.

Lesão corporal dolosa é a agressão que coloca em risco a vida da vítima, e registros deste tipo aumentaram no ano passado. É o que aponta o relatório do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A violência no Brasil é um problema estrutural de nossa sociedade que gera pânico na população, perdas financeiras para o país e que reduz a qualidade de vida do povo brasileiro. O problema da violência no Brasil está relacionado à falência e corrupção das instituições públicas, principalmente a educação e a segurança.

Falta de educação com qualidade, escassez de oportunidades e fácil acesso às drogas levam jovens a praticar crimes. Especialistas recomendam políticas de prevenção em rede para combater a violência juvenil.

A desigualdade social é um dos fatores que agravam quadros de violência. Os homicídios concentram-se em bairros pobres e atingem, em proporção muito maior, a população pobre. A situação é ainda mais preocupante quando se conjugam a desigualdade e o racismo.