Quem Macunaíma representa?

Perguntado por: lsales . Última atualização: 3 de maio de 2023
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Macunaíma: personagem principal do livro, é individualista, preguiçoso e faz o que deseja sem se preocupar com nada. Além disso, é vaidoso, mente com a maior facilidade e gosta, acima de tudo, de se entregar aos prazeres carnais. Maanape: irmão de Macunaíma. Tinha fama de feiticeiro e representa o povo negro.

Macunaíma, o herói sem nenhum caráter
O romance modernista "Macunaíma", do escritor brasileiro Mário de Andrade, propõe um protagonista que foge dos valores virtuosos típicos dos personagens principais das obras da literatura. Seu subtítulo, "o herói sem nenhum caráter", denota essa intenção.

As aventuras do “herói de nossa gente” podem ser por vezes engraçadas, mas a moral da história é amarga. Aliás, achar graça na malandragem também é um vício brasileiro. Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter”.

1 Indivíduo preguiçoso, espertalhão e de costumes amorais, em referência à personagem de obra homônima do escritor brasileiro Mário de Andrade (1893-1945).

O livro “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter” do autor Mário de Andrade é considerado um dos primeiros romances do modernismo no Brasil. Na obra Macunaíma, que foi publicada em 1928, o autor traz uma representação do povo do Brasil diante de uma teoria de “herói sem nenhum caráter” ou “anti herói”.

O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional.” As contribuições de Mário de Andrade para a vida cultural do País, no entanto, extrapolam os limites da literatura.

Com uma narrativa que trata o tempo e o espaço de maneira arbitrária, Macunaíma mescla mitos, narrativas orais e tradições, numa projeção mais crítica da relação entre Literatura, História e Sociedade, algo já esboçado na busca pelo nacionalismo no século XIX.

Apaixona-se por Ci, a Mãe do Mato, e com ela tem um filho que morre ainda bebê. O filho morre, Ci sobe para o céu com um desgosto e vira uma estrela. Macunaíma fica triste por perder a amada, mas ela deixa uma recordação: um amuleto chamado muiraquitã.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

Macunaíma, índio tapanhuma, era o filho mais novo de uma família (a mãe e os irmãos Maanape e Jiguê) que vivia nas margens do rio Uraricoera, na Amazônia.

E Macunaíma, o protagonista, caracteriza-se como um herói sincrético, inclusive, no próprio quesito religião já que não está intimamente vinculado a nenhuma delas, utilizando-se de símbolos e elementos sagrados de variadas crenças e participando também de rituais diversos.

Seu impacto na literatura brasileira, deve-se principalmente ao fato de ter sido um dos pioneiros do Modernismo no Brasil; foi um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna de 1922, marco do início do movimento modernista brasileiro.

Ali encontra uma poça de água, que, por ser a marca do pé de São Tomé - o apóstolo que andara pela América -, é encantada. Macunaíma entra nela e fica branco. Jiguê também se banha mas fica de cor vermelha, porque a água estava suja.

O foco narrativo perceptível é de terceira pessoa, com um narrador-observador das peripécias de Macunaíma.

Índio nascido na Floresta Amazônica, depois de perder a muiraquitã dada por sua companheira, Ci, a Mãe do Mato, ele decide viajar até a cidade de São Paulo para recuperar o amuleto.

O escritor criou um anti-herói marginal que nasce com preguiça na Amazônia e apronta tantas traquinagens que acaba abandonado pela mãe. Macunaíma é erotizado e, a todo custo, busca prazeres sexuais.

"Desde que foi lançado, o livro significou isso - um marco na literatura brasileira, algo genuinamente brasileiro, com estética e linguagem próprias e não comparáveis ao cânone europeu que influenciava a literatura brasileira até então.

Cabe sobretudo a Macunaíma, por ter o poder de alterar a si, ao outros seres e ao ambiente, a fundação da (nova) identidade nacional fixada pelo livro homônimo. Já as metamorfoses presentes no processo narrativo abordam outras mudanças, como as da voz narrativa, que afastam o texto da tradição literária brasileira.

A vitória do Macunaíma, por exemplo, quando ele recupera o amuleto é individual e não tem nenhuma dimensão social. O nosso dito herói, não está a serviço da comunidade, ele ilustra um Brasil sem projeto, em crise constante. Um país que não tem noção do que seja nação, um país que devora a si mesmo.