Quem foi o criador do relativismo?

Perguntado por: econceicao . Última atualização: 27 de maio de 2023
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A perspectiva expressa na ideia de relativismo cultural tem como origem o pensamento do antropólogo Franz Boas. Ele foi um dos primeiros intelectuais a tecer críticas contra a organização hierarquizada das culturas que era apresentada pela antropologia.

O relativismo cultural foi uma reação à escola positivista criada por Auguste Comte, que defendia que a história humana era um caminho contínuo ao progresso científico, aos moldes europeus. Aqueles povos que não estivessem no mesmo estágio que a Europa Ocidental eram julgados inferiores.

A conceção do relativismo cultural pode ser atribuída ao antropólogo americano Boas, quando recusa o modelo evolucionista dos estados progressivos de uma evolução universal e mostra que cada cultura é única e específica, devendo, por isso, ser vista nas suas particularidades.

O relativismo é uma corrente filosófica que afirma que as verdades e valores morais são relativos aos contextos históricos, culturais e sociais em que são produzidos. Em outras palavras, não existe uma verdade ou valor moral absoluto e universal.

Relativismo é uma corrente de pensamento que questiona as verdades universais do homem, tornando o conhecimento subjetivo. O ato de relativizar é considerar questões cognitivas, morais e culturais acima do que se considera verdade.

Entenda-se por relativismo a teoria filosófica fundada na relatividade do conhecimento, recusando toda e qualquer verdade ou valor tidos como absolutos. A opinião e o ponto de vista são importantes meios válidos de conhecimento.

O relativismo surge como uma forma de entender o outro, e que o outro não está errado ou é inferior por ser diferente e está em um contexto social diferente.

Por exemplo: algo é verdadeiro em uma determinada cultura, mas em outra é considerado falso devido a crenças e costumes que condicionam a definição de conceitos. A noção de relativismo se aplica ao campo do conhecimento em geral, embora se destaque mais no campo da moral, da ética e da cultura.

Ele defendia o relativismo cultural, acreditando na autonomia da cultura, na sua singularidade, valorizando os costumes, pois os costumes, segundo Boas, são manifestações da cultura.

O relativismo levanta justamente a bandeira de considerar cada cultura em si mesma, não postulando um modelo, ou um padrão, mas considerando cada uma em sua singularidade, permitindo assim liberdade de pensamento, liberdade de ser.

Deixaríamos de poder afirmar que os costumes de outras sociedades são moralmente inferiores aos nossos. Isto, é claro, é um dos principais aspectos sublinhados pelo relativismo cultural. Teríamos de deixar de condenar outras sociedades simplesmente por serem «diferentes».

Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais.

O termo “isso é relativo” é muito usado no intuito de propor um pensamento mais avançado a respeito de uma dada questão; “vamos relativizar” indica uma percepção de que as coisas devem ser analisadas de acordo com seu contexto.

Edward Tyler

Quem inventou o conceito de etnocentrismo? O antropólogo britânico Edward Tyler (1832-1917) em seus estudos utilizava a corrente evolucionista que embasava a existência de cultura superior e inferior.

O termo foi originalmente cunhado pelo filósofo e sociólogo polonês-americano Florian Znaniecki em seu livro Cultural Reality (1919). Znaniecki havia introduzido um conceito similar em publicações anteriores da língua polonesa, que ele descreveu como humanismo (humanizm).

O relativismo religioso coloca no mesmo plano todas as religiões – considerando-as todas como expressões de um “espiritualismo” geral. Elimina seus aspectos dogmáticos e de verdade e as reduz a um querer-se bem genérico, colocando-as todas na mesma prateleira de um supermercado religioso.

Porém, da mesma forma que a ideia de verdade absoluta é combatida pelo relativismo, a própria ideia do relativismo absoluto é problemática: afirmar que tudo é relativo já estabelece uma verdade absoluta, o que é evidente contradição.