Quem foi o autor da linguagem neutra?

Perguntado por: acordoba5 . Última atualização: 2 de maio de 2023
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Djavan

Era tarde demais. Djavan já havia sido arrastado para uma das grandes batalhas culturais do Brasil atual: a batalha em torno do que vem sendo descrito como "linguagem neutra", ou "linguagem não binária".

A linguagem inclusiva, ou linguagem neutra, é uma tentativa de alterar a estrutura da língua ao criar palavras novas, por exemplo, pronomes de gênero neutro. Isto acontece quando ideólogos e ativistas de gênero alegam que um idioma encoraja o machismo e o sexismo.

A linguagem neutra visa se comunicar de maneira a não demarcar gênero no discurso linguís- tico, a fim de incluir todos os indivíduos. Aplica-se a pessoas não-binárias, bebês intersexo, ao nos referirmos a um grupo de pessoas com mais de um gênero ou quando não sabemos quais pronomes usar com determinada(s) pessoa(s).

Em algumas cerimônias de posse dos novos ministros nesta semana, integrantes do governo Lula usaram o termo "todes", da linguagem não binária, também denominada linguagem neutra. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi um deles.

A língua mais falada do mundo surgiu a partir da mistura de diferentes povos que habitavam a região da Grã-Bretanha. Primeiro, os anglo-saxões (povos germânicos) trouxeram sua linguagem para a ilha no século V, sendo que antes os celtas habitavam o local, seguidos dos romanos.

Quem criou a linguagem neutra
A primeira língua oficial a adicionar um pronome neutro de terceira-pessoa, através de uma autoridade institucional, foi o sueco. A palavra “Hen”, em sueco, pode ser usada para descrever qualquer pessoa, independente da sua identificação de sexo ou gênero.

Ministros e outros representantes da nova gestão presidencial usam palavras sem gênero definido para abrigar população LGBTQIA+ Além da saudação tradicional a homens e mulheres, o governo Lula passou a adotar o pronome neutro 'todes' em eventos e cerimônias oficiais.

A linguagem neutra, não binária ou inclusiva não é uma imposição dos movimentos feministas ou LGBTQIA +, mas uma tentativa de inclusão de pessoas historicamente marginalizadas. Além disso, a proposta do gênero neutro visa abarcar tanto coletivos quanto pessoas que não encontram lugar no binarismo.

As estimativas desse tipo são embasadas de forma independente pela genética, arqueologia, paleontologia e muitas outras evidências, sugerindo que a linguagem surgiu provavelmente em algum lugar na África sub-saariana durante a Idade da Pedra Média, mais ou menos contemporaneamente ao advento do Homo sapiens.

Xixi para todes: espaços adotam banheiros sem gênero no Rock in Rio.

Portanto, se dissermos “bom dia, a todos e todas”, isso equivale a dizer “bom dia a todos e todas e a todas”, pois, no pronome indefinido “todos”, a audiência feminina já está incluída. Ao contrário, “todas” é um pronome indefinido excludente, isto é, que suprime a audiência masculina.

O termo "todes" é usado pela comunidade não-binária, ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero feminino nem com o masculino. Informalmente, foi criada a "linguagem neutra" para utilizar termos que não definam essas pessoas como homem ou mulher, como forma de inclusão e respeito.

A linguagem inclusivanão sexista – é aquela que envolve todas as pessoas, sem especificar gênero e sem alterar a ortografia das palavras. A linguagem neutranão binária – é aquela que evita a binaridade entre gêneros feminino e masculino.

Um dos pontos levantados por quem é contra o uso da Linguagem Neutra é que as novas grafias tornam a comunicação repetitiva e longa. Dizer “todos e todas”, por exemplo, é redundante, visto que pode-se dizer apenas “todos”.

"Tod@s”, “Todes", “Todxs”, é uma tentativa de uma neolinguagem de gêneros gramaticais que seja inclusiva para/com as mulheres, as pessoas não-binárias, as “pessoas T entre gêneros” (Rocha, Coelho, Fernandes, 2020).

Os pronomes neutros são maneiras inclusivas de tratar pessoas que não se sentem pertencentes exclusivamente nem ao gênero masculino, nem ao feminino. Essas pessoas são chamadas não-binárias. Os pronomes neutros mais comuns são "elu" e "ile", que substituem os pronomes "ele" e "ela".

A linguagem neutra, não binária ou inclusiva propõe o uso de pronomes neutros ou inclusivos em alternativa ao caráter binário, feminino e masculino, da língua. Palavras como “todas” ou “todos” são grafadas como “todes”, por exemplo, para evitar a marcação de gênero.

De acordo com esse critério as formas mais primitivas de Homo não poderiam ter falado, o que coloca o início da fala realmente com os Neandertais em torno de 400.000 anos atrás.

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Analisando os primatas, em busca de possíveis indicações, descobrimos que eles têm o que os primatologistas chamariam de "palavras" para predadores: eles fazem sons que outros membros do grupo reconhecerão, para indicar "águia", "leopardo", ou talvez apenas "cuidado".