Quem entregou a família de Anne Frank?

Perguntado por: aparaiso . Última atualização: 13 de maio de 2023
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Assim, foi para o patriarca dos Frank que Miep Gies entregou o diário da menina. Segundo informações repercutidas pela revista Galileu, a princípio o homem não tinha forças para ler as palavras escritas por sua filha. A perda ainda era muito recente.

Em Auschwitz, Otto Frank foi separado de sua família, e Anne, Edith e Margot foram encaminhadas para o trabalho escravo. Em novembro de 1944, Anne e Margot foram selecionadas para serem transferidas ao campo de concentração de Bergen-Belsen. Edith Frank, mãe de Anne, ficou em Auschwitz e lá morreu de inanição.

Além da família Frank, o anexo secreto recebeu a família Van Pels, formada por Hermann, Auguste e Peter, e também Fritz Pfeffer.

O gato de Anne Frank
Mouschi chegou ao sotão pelas mãos de outro foragido e lá ficou por dois anos até o dia em que os nazistas descobriram o esconderijo. O gato aparece no filme “O Diário de Anne Frank”, de 1959, baseado nas páginas escritas pela garota.

De todos os que se escondiam no Anexo Secreto, apenas Otto, o pai de Anne, sobreviveu à guerra. Ele foi libertado de Auschwitz pelos russos e, durante a sua longa viagem de volta para a Holanda, fica a saber que a sua esposa Edith morreu. Já na Holanda, fica a saber que também Anne e Margot não sobreviveram.

"Peter era o menino ideal: alto, magro, bonito, com um rosto sério, sereno e inteligente", escreveu Anne a respeito do garoto de 13 anos de idade pelo qual se apaixonou em 1940, quando tinha apenas 11 anos. Os dois se encontrariam na saída da aula e caminhariam de mãos dadas pelo bairro.

Otto recebe o legado de Anne
Foi ela quem encontrou o diário e o entregou ao pai de família depois que o esconderijo foi destruído e saqueado pela polícia alemã.

Nanette, a única sobrevivente de sua família – para se ter uma ideia, de tão subnutrida, ela só voltou a mastigar um sólido um ano após ser salva pelos aliados.

O caderno viria a ser encontrado por Miep Gies, a antiga secretária de Otto, e também alguém que, junto de seu marido, havia sido responsável por manter o grupo de judeus vivos no esconderijo, abastecendo-os com comida e outros mantimentos.

Anne passava as manhãs lendo e estudando. Por volta das 12h30, quando os funcionários saíam para almoçar, ela fazia sua refeição - a comida era racionada e carne, leite e ovos eram itens cada vez mais escassos - e, em seguida, ligava o rádio na BBC para ouvir notícias.

Dentro do anexo, Anne relatou os dias em que passavam medo quando escutavam movimentações do lado de fora e até bombas lançadas na cidade pelos alemães. Também não se podia fazer barulhos, e, durante o dia, quando o armazém funcionava na parte inferior do prédio, nem mesmo as torneiras do anexo poderiam ser abertas.

Nos primeiros cinco anos de vida, Anne morava com seus pais e sua irmã mais velha, Margot, em um apartamento localizado nos arredores de Frankfurt. Após a tomada do poder pelos nazistas, em 1933, a família Frank fugiu para Amsterdã, na Holanda.

Desde cedo ela era muito independente, e assim que soube das lutas pela independência, pediu permissão para se alistar, porém o pedido foi negado. Com a ajuda da irmã e do seu cunhado, cortou o cabelo, se vestiu tal qual os homens da época e se alistou por contra própria.

O Holocausto foi um período sombrio da história em que os nazistas perseguiram e mataram mais de seis milhões de judeus. Anne Frank e sua família se esconderam porque sabiam que, se fossem capturados, seriam enviados para campos de concentração onde muitos judeus foram mortos em câmaras de gás.

A jovem judia — autora do diário que viria a ser tornar um dos ícones do holocausto — morreu em um campo de concentração nazista em 1945, aos 15 anos, depois de passar dois anos escondida.

Depois que a morte de Anne foi confirmada no verão de 1945, seu diário foi devolvido ao pai por Miep Gies, que o resgatou do esconderijo. Ele foi o responsável por publicar o diário de sua filha e por resgatar a memória de sua família em vários projetos.