Quem é o senhor do engenho?

Perguntado por: lconceicao . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Assim, é importante concluir que os senhores de engenho, pessoas ricas, fidalgos, pessoas que faziam parte da aristocracia em Portugal e no Brasil, eram as pessoas que mandavam no engenho e tinham grande influencia em toda a região.

As terras não exploradas pelo senhor do engenho eram cedidas aos lavradores, obrigados a moer sua cana no engenho do proprietário, entregando-lhe a metade de sua produção, além de pagar o aluguel da terra usada (10% da produção).

- Senhores de engenho: possuíam poder social, familiar, político e econômico. A casa-grande, habitação dos senhores de engenho e sua família, era o centro deste poder. Este grupo social tinha forte influência nas Câmaras Municipais, principal polo de poder político das cidades na época colonial.

Exerciam influência e poder na região de sua propriedade, embora este não fosse ilimitado, e administravam a produção bem como a casa, a família, os agregados, os escravos. Os proprietários dos engenhos menores, ou engenhocas, tinham uma esfera de ação mais restrita, mas, ainda assim, desfrutavam de alguma importância.

Na sociedade açucareira, o senhor de engenho era o líder absoluto, dentro de sua propriedade ele exercia total autoridade sobre sua esposa, filhos e escravos. Os escravos eram considerados sem vontade própria, e para serem facilmente dominados, eram mantidos na ignorância.

Os capitães do mato eram geralmente escravos libertos, o que garantia uma posição social superior a dos que permaneciam escravos e mesmo de pobres livres, já que estavam mais próximos dos senhores.

Significado de Engenho
substantivo masculino Capacidade inventiva; habilidade, talento: com engenho e arte. Pessoa engenhosa, que tem uma capacidade natural para criar, inventar coisas; gênio.

Tinham a função de vigiar os escravos para evitar fugas ou a prática de qualquer coisa não autorizada pelos senhores de engenho. Os capatazes e feitores deviam gerenciar o trabalho dos escravos para a obtenção de máxima eficiência na produção de açúcar.

A principal pessoa que gerenciava e ditava o ritmo da produção no engenho era conhecida como feitor-mor e sua tarefa era administrar o engenho para o senhor de engenho, dono da produção. Outro ofício bastante importante era o mestre de açúcar, que controlava o trabalho de beneficiamento do açúcar.

Os escravos chamados "boçais", recém-chegados da África, eram normalmente utilizados nos trabalhos da lavoura. Havia também aqueles que exerciam atividades especializadas, como os mestres-de-açúcar, os ferreiros, e outros distingüidos pelo senhor de engenho. Chamava-se de crioulo o escravo nascido no Brasil.

As pessoas escravizadas representavam a principal mão de obra nos engenhos açucareiros (cerca de 80%) e não recebiam salários. Embora a maior parte fosses oriundos da África, muitos escravizados indígenas atuaram nos engenhos coloniais.

No dia-a-dia eles comiam basicamente farinha de milho ou mandioca, feita com água e outros complementos. Esse angu (receita da senzala) era sem sal, pois na época o ingrediente era oneroso para ser consumido por eles.

Segundo Gilberto Freyre, as condições criadas para colonização através das capitanias hereditárias e mantidas pelo sistema de produção, condições ao seu ver fracamente feudais, solidificaram o poder dos senhores de engenho.

Em algumas havia até um acesso privado para os familiares do senhor de engenho. Um exemplo desse tipo de construção era a casa-grande do engenho Poço Comprido, na Mata Norte de Pernambuco. Os santos eram considerados parte da família, tanto quanto os familiares mortos.

Martim Afonso de Souza, em expedição à Ilha da Madeira, traz as primeiras mudas de cana-de-açúcar, S. officinarum, em 1502.

A - Para ser Senhor de Engenho era necessário ser de ascendência nobre, ter boas relações com a Coroa de Portugal e dispor de recursos financeiros que permitissem a instalação de grandes latifúndios, posse de escravos e transformação da cana-de-açúcar em melaço.