Quem de repente aprende?

Perguntado por: agentil . Última atualização: 4 de maio de 2023
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Mestre, mestre é aquele que de repente aprende.

“O que a vida quer da gente é coragem”. Essa é uma das frases mais famosas do escritor Guimarães Rosa e que muitos de nós utilizamos para dar aquele impulso ou justificar uma tomada de decisão importante.

O mais importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.

“Quem desconfia fica sábio”, “Viver é um rasgar-se e remendar-se”, “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.

O que a gente tem que aprender é, a cada instante, afinar-se como uma linhazinha para saber passar no furo de agulha que cada momento exige.”

O que tem de ser tem muita força, tem uma força enorme. — João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas".

Criam-se provérbios, como a frase “Quem muito se evita, se convive”, conectada com uma outra passagem, que mostra ser difícil esquivar-se do mal: “o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos”.

O que era isso, que a desordem da vida podia sempre mais do que a gente? Viver é negócio muito perigoso.... Mesmo na comutatividade, haverá sempre uma álea à espreita, mas mesmo na álea será contratada a esperança, emptio spei: Claráguas, fontes, sombreado e sol.

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem, disse Paulo Freire.

Ao contrário do que muitos pensam, “é junto dos bão que a gente fica mió” não é uma frase que está literalmente escrita no livro “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa mas, sim, uma tradução popular do mineirês característico e repleto de neologismos do livro.

Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo. (...) Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e se abaixa.

O próprio Guimarães Rosa demonstra isso em sua obra literária ao criar uma língua própria, formada por neologismos, aglutinações de palavras, sentidos conferidos pela homofonia e por sons que são próprios da vida e da fauna sertanejas.

É uma literatura de anti-heróis, é uma literatura de crítica social, passa por outro diapasão totalmente diferente do que se fazia, por exemplo, no romantismo de José de Alencar, que tem heróis que são, inclusive, senhores de escravos, de chicote na mão, como dom Antônio de Mariz, de O guarani.

A ironia machadiana surge como um pano de fundo para descrever a forma como viviam a sociedade escravocrata e a classe dominante da época, ou boa parte dessa. Desta forma, as suas personagens formam uma verdadeira teia de homens e mulheres sem escrúpulos, ligados somente à aparência e a avareza.

Machado de Assis enfrentou muitos desafios por ser um mestiço no século XIX, incluindo o acesso limitado à educação formal. Passou pela escola pública, mas sua formação na verdade foi autodidata, já que nunca foi à universidade. Por outro lado, uma grande ambição intelectual o acompanhou por toda a vida.

Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto. As pessoas, e as coisas, não são de verdade! E de que é que, a miúde, a gente adverte incertas saudades? Será que, nós todos, as nossas almas já vendemos!

“Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não desfalecerão.” “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados.” “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.”

"Senhor, que eu aceite a vida como ela é, sem me queixar de nada, mas que eu transforme os fatos negativos em aprendizado construtivo. Nos caminhos da dor, que eu conquiste a paciência; nas dificuldades, a perseverança no bem; no fracasso, a coragem para levantar-me; nas perdas, que eu supere todas com resignação.

Salmo 27, proteção e coragem
“O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo? Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem. Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração.

“É junto dos bons que a gente fica melhor”, disse. Ao lado de Fernando Pessoa e Maquiavel, Guimarães Rosa figura entre os autores citados por Pereira em palestras proferidas dentro e fora da Serasa.

"O que a gente tem que aprender é, a cada instante, afinar-se como uma linhazinha, para saber passar no furo de agulha, que cada momento exige." João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antônio Azeredo da Silveira".