Quem comanda o tráfico no Brasil?

Perguntado por: rbarreto . Última atualização: 22 de maio de 2023
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No Brasil, desde 1991, o UNODC mantém uma parceria com o Departamento de Polícia Federal (DPF), que é responsável por prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, além de exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.

PCC (Primeiro Comando da Capital)

Integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que atuam na cracolândia, no centro de São Paulo, baixaram uma ordem proibindo que usuários de drogas furtem ou roubem celulares nas proximidades do fluxo, como é chamada a aglomeração dos dependentes químicos.

Sob a liderança de Marcos Herbas Camacho, conhecido como Marcola, preso desde 1999, o PCC expandiu suas operações de tráfico de drogas controlando rotas internacionais do Paraguai, Bolívia e outros países da região.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, feito pelo núcleo investigativo da RecordTV, mostram que 53 facções estão espalhadas pelo país, sendo o PCC a mais dominante. O CV está em 13 e no Distrito Federal.

A disputa: a batalha entre as duas facções ocorre por dois motivos. O primeiro pela aliança entre o PGC e o CV, em Santa Catarina. O outro seria pelo controle dos portos clandestinos catarinenses para envio de drogas via rotas marítimas.

Polícia Federal amplia atuação de grupos de combate ao crime organizado.

A Lei nº 11.343/2006, que rege a política pública sobre drogas, estabelece como um dos princípios da prevenção “o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual” e preconiza também o “não-uso” ou o “retardamento do uso” e a redução de riscos como os objetivos almejados para ações preventivas.

Uma das estratégias para o combate ao tráfico é a desarticulação financeira dos criminosos por meio do confisco do patrimônio adquirido com o enriquecimento ilícito e a reversão dos bens apreendidos em favor da União para investir nas políticas de prevenção e de combate às drogas.

Os “vagões”, chamados também de “feira da droga” por membros da Polícia Civil, são bancas montadas em frente à chamada “feira do rolo”, onde ocorre a venda de produtos como celulares, computadores, roupas e bicicletas, frequentemente oriundos de roubos e furtos.

“A posse e o tráfico de entorpecentes são crimes, portanto, não faltam meios legais para desfazer as cracolândias – o que falta é disposição do gestor público para enfrentar o inevitável desgaste político que a repressão às drogas acarreta”, afirma.

Origens da cracolândia
Tudo começou nos anos 1990, na região da Luz, em uma parte compreendida pelas alamedas Cleveland, Dino Bueno, Nothmann e rua Helvétia. Ali foi a primeira Cracolândia. Nessa época, houve a primeira apreensão de crack em São Paulo, noticiada no dia 22 de junho de 1990.

Operação mirou liderança máxima do PCC
Em 2022, uma outra operação da PF mirou diretamente Marcola, liderança máxima do PCC.

A média de movimentação financeira do PCC em seu período mais recente, de acordo com a contabilidade apreendida, é de aproximadamente R$ 66 milhões mensais, e não R$ 6,6 milhões mensais como informado anteriormente na reportagem.

É assim que vivem os cinco principais líderes de facções criminosas dentro dos presídios federais do Brasil, apontados pelo Sistema Penitenciário Federal. São eles: Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Nem da Rocinha, Cabeça Branca e Marcola.

Cada organização criminosa possui o seu "estatuto", que, entre suas regras, determina quem pode ou não sair da facção. Tanto no PCC, de São Paulo, quanto no CV, do Rio de Janeiro, é permitida a saída de seus membros e continuar vivo, porém a partir de regras rígidas a serem seguidas fora do mundo do crime.

O estatuto da facção proíbe estupradores e pedófilos. Durante muito tempo, a facção também proibiu homossexuais. Isso mudou recentemente, mas ainda é questionado antes do ingresso na organização criminosa.