Quem baixa o preço da gasolina?

Perguntado por: lapolinario . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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O preço da gasolina tem sido beneficiado pela queda do petróleo no cenário internacional. Há uma preocupação com uma possível desaceleração do crescimento mundial, o que contribui para a queda do preço da commodity.

Impostos federais zerados
O governo zerou os impostos federais sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022. Foram zeradas as cobranças de PIS/Pasep, Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Público).

Segundo a Petrobras, essa situação cria uma competição pelo fornecimento de produtos, "o que reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global, para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto".

Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente. Em um ambiente de economia aberta e liberdade de preços a Petrobras enfrenta a concorrência dos importadores de combustíveis, cujos preços acompanham o mercado internacional.

De forma resumida, o aumento nos combustíveis tem vários fatores: dependência de importação, política de preços adotada, aumento do preço do barril de petróleo, aumento do câmbio (dólar), reajustes às distribuidoras, entre outros.

Como a Petrobras garante que o preço vai ficar lá em cima, hoje tem mais de 400 empresas importando gasolina para vender caro aqui no Brasil. Também ganham os empresários que estão comprando as refinarias e os gasodutos que Bolsonaro está vendendo.

O litro do combustível era vendido a R$ 1,88 à época, o equivalente a R$ 4,55 em valores corrigidos pela inflação.

Última atualização em 21/07/2022 às 17:06. A Petrobras anunciou que vai reduzir o preço da gasolina em suas refinarias a partir de quarta-feira, 20. O litro de gasolina terá uma redução de R$ 0,20, o equivalente a 4,93%.

Os gráficos da Global Petrol Prices mostram que o valor médio da gasolina por litro no mundo é, hoje, de US$ 1,41. Em conversão direta, o valor fica em R$ 7,30.

Dólar em queda não segura alta dos combustíveis
O economista da FGV explica que, apesar da valorização do real, a política internacional de valores da Petrobras faz com que os preços dos combustíveis sigam a disparada da cotação dos barris de petróleo.

Segundo Rodrigues, vale citar os tributos - tais como PIS/Cofins e ICM - e o percentual de mistura do etanol na gasolina. É justamente a política tributária do governo brasileiro, somada ao real em valorização frente ao dólar, que está fazendo com que o preço caia mais no Brasil do que em outros países.

O preço da gasolina no Brasil
Ou seja, se o preço do barril ou o da gasolina refinada que importamo, porque o Brasil não têm grande capacidade de refino e precisa importar, estivesse muito alto, a Petrobras vendia mais barato do que comprava, ficando no vermelho.

A Petrobras é uma estatal autossuficiente em produção de petróleo, mas segue os preços internacionais porque não tem condições de transformar todo o petróleo em gasolina e diesel. O Brasil não possui capacidade de refino, por isso precisa exportar petróleo bruto e importar petróleo refinado.

A decisão de atrelar foi de Dilma, em novembro de 2013. Temer a manteve e Bolsonaro idem. Mas Bolsonaro pegou o governo com o dólar a R$ 3,72.

Com a gasolina, o diesel e o gás de cozinha mais caros, a inflação também aumenta. Num efeito dominó, isso tem impacto direto no preço dos alimentos. Soma-se a isso o alto índice de desemprego e temos a volta da fome, da miséria e do endividamento no Brasil.

Para definir o valor do combustível, a Petrobrás utiliza um cálculo instituído desde 2016, na presidência de Michel Temer (MBD), chamado Preço de Paridade de Importação (PPI). Em suma, ele vincula o valor do combustível no Brasil aos preços no exterior, ao custo de transporte do produto até o país e à cotação do dólar.

Quem criou a atual política de preços? A atual política de preços da Petrobras foi adotada em outubro de 2016, quando o presidente da estatal era Pedro Parente. O executivo foi indicado ao cargo pelo governo do então presidente Michel Temer (MDB).