Quem aumenta os preços no Brasil?

Perguntado por: agouveia . Última atualização: 25 de abril de 2023
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Se tem muita gente procurando um mesmo produto, mas esse item está escasso nas prateleiras, não tem jeito, o preço aumenta. Isso é a oferta e demanda ficando instável. Foi esse desequilíbrio que fez com que o aumento de preço disparasse no mundo todo.

Desequilíbrio entre a oferta e a demanda: os preços podem se elevar quando a demanda por um determinado produto ou serviço é muito alta, mas não é atendida adequadamente pela produção. Assim, a menor disponibilidade desses itens no mercado gera a tendência de aumento nos preços.

Quando temos grande oferta de moeda e a oferta de bens e serviços não cresce na mesma medida, aumentando assim o seu preço, isso gera inflação.

No período do governo de Jair Bolsonaro, os alimentos subiram, em média, 57%, um percentual bem acima dos 30% da inflação geral do período.

E mais, grande parte da alta dos preços é reflexo dos aumentos nos preços dos combustíveis determinados pela Petrobras, que adotou em 2016 a Política de Preços Internacionais (PPI) baseada nos preços dos barris de petroleo e na cotação do dólar.

Nessas ocasiões, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – órgão do Ministério da Agricultura – compra os alimentos (arroz, feijão, milho, por exemplo) para evitar que os agricultores tenham prejuízos.

Para IBGE, alimentos que mais subiram no IPCA foram influenciados por restrição de oferta - 12/05/2023 - UOL Economia.

Houve repasses para os preços. A estiagem que atingiu o Sul também pressionou os alimentos. Não bastassem os extremos climáticos neste ano, a guerra na Ucrânia elevou as cotações de commodities agrícolas, como milho e trigo, no mercado internacional.

Para combater a inflação de demanda, o governo tem que baixar a emissão monetária, diminuindo o estímulo ao consumo. Isso pode ser feito por meio da elevação da taxa básica de juros da economia, conhecida como taxa Selic.

Quais empresas ganham com a alta da inflação
Outras companhias que podem ter uma certa vantagem do aumento de preços, na visão do head, são as concessionárias em rodovias, como CCR (CCRO3) e EcoRodovias (ECOR3), que também conseguem repassar a inflação em seu preço final.

Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Para isso, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente.

Ela é calculada pelos índices de preços, comumente chamados de índices de inflação. O IBGE produz dois dos mais importantes índices de preços: o IPCA, considerado o oficial pelo governo federal, e o INPC.

O índice de preços utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta se refere à inflação acumulada no ano. Por exemplo, a meta para 2023 é de uma inflação de 3,25%.

Entre 2019 e 2022, preços ficaram mais altos em 26,93%; pandemia foi principal motor de alta. A inflação oficial do país observada entre 2019 e 2022 ficou em 26,93%, no maior patamar para um mandato desde o primeiro governo de Dilma Rousseff, que aconteceu entre 2011 e 2014 (27,03%).

A inflação mais baixa do período ocorreu no primeiro governo Lula, 5,51%, segundo cálculos do Banco Brasil Plural. O primeiro mandato de Lula teve IPCA médio de 6,43%. Nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, a inflação foi de 9,71% e 8,78%, respectivamente.

Não existe somente uma razão para explicar essas altas, mas sim uma combinação de três fatores: inflação, real desvalorizado e oferta e demanda.