Que foi Rosane Kaingang?

Perguntado por: rfigueiredo . Última atualização: 24 de maio de 2023
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Rosane Kaingang foi uma mulher indígena que ganhou notoriedade por atuar na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil. Ela lutava pela demarcação das terras indígenas — um direito assegurado pela Constituição — e pelo acesso dos povos indígenas a saúde e educação.

O xamanismo Kaingang envolve uma metade, que se ocupa, sem partilha ou complementaridade com a outra metade, de sua prática. Esse fato contrasta fortemente com os outros aspectos da vida ritual Kaingang que se caracteriza por uma complementaridade essencial entre os membros das metades Kamé e kairu.

A origem dos Kaingang
A tradição dos Kaingang afirma que os primeiros da sua nação saíram do solo; por isso têm cor de terra. Numa serra, não sei bem onde, no sudeste do estado do Paraná, dizem eles que ainda hoje podem ser vistos os buracos pelos quais subiram.

O Kaingang mesmo no seu nascimento não se desgarra da terra, apenas se manifesta em seu aspecto visível, e, na morte – que é a forma sublime de integração a seu território, derivada da relação afetiva do indi- víduo com a terra, como uma planta que nutre o solo com matéria orgânica ou o numbê (mundo das almas) –, ele ...

O idioma kaingang faz parte da família jê, integrante do tronco macro-jê. Junto do xokleng, que é uma língua muito parecida, o kaingang faz parte do conjunto restrito chamado jê do sul. Como qualquer outra língua indígena do Brasil, o kaingang é caracterizado por ser essencialmente oral.

Tradicionalmente, os indígenas Kaingang ocupavam uma imensa área do Brasil Meridional, e esta compreendia desde a região Sudeste até o extremo sul do Brasil, formando assim "O Grande Território Kaingang".

Constituíam territórios kaingang o Oeste de São Paulo, terras do segundo e terceiro planaltos do Paraná e Santa Catarina e toda a faixa acima das bacias dos rios Piratini, Jacuí e Caí no Rio Grande do Sul.

ECONOMIA KAINGANG
A cultura Kaingang organizou-se sobre uma economia baseada na caça, pesca, coleta e agricultura complementar. Atualmente a agricultura é o elemento básico da economia Kaingang.

O nome Kaingang tem o significado de “povo da floresta”. Este nome tem tudo a ver com a forma de pensar e agir deste povo ou etnia.

Ritual do Kiki

O Ritual do Kiki é um ritual de culto aos mortos dos Kaingang, etnia indígena do sul e sudeste do Brasil. No período pré-colonial, o ritual era performado anualmente com o objetivo de fornecer aos mortos uma boa transição ao numbê (o mundo dos mortos).

Os Kaingang gostavam de animais e aves, apreciando principalmente as carnes de anta e queixada. Já os Guarani preferiam a carne de macado, paca e capivara. Também apreciavam a convivência com os cães que, especialmente treinados, eram valiosos no auxílio à caça.

Atualmente, os kaingang ocupam pouco mais de 30 áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com uma população hoje estimada em torno de 50 mil pessoas.

A existência de terras indígenas oficialmente reservadas no Estado de Santa Catarina remonta ao princípio do século XX. Em 1902 foi reservada a Terra Indígena Xapecó (pelo então governo do Estado do Paraná), localizada nos atuais municípios de Entre Rios e Ipuaçu, onde vive população Kaingang.

O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos.

Os indígenas sul-americanos, segundo a antropóloga Branislava Susnik (1983, p. 54), não manifestavam medo da morte, mas um profundo medo dos mortos, das almas dos mortos que colocavam em perigo as almas dos parentes vivos.

Kamé e Kairu e o grafismo Kaingang
A metade Kamé remete aos raios do sol, registrados por meio de linhas. Já a metade Kairu remete à lua, representada por formas redondas. Vale destacar que a relação entre as metades exogâmicas baseia-se na dualidade e na complementaridade entre elas, ou seja, uma engloba a outra.

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