Quantos índios morreram na ditadura militar?

Perguntado por: azagalo . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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A Comissão Nacional da Verdade estima que ao menos 8.350 indígenas tenham sido assassinados entre 1946 e 1988. As investigações apontam dois períodos distintos em se tratando de violações aos povos indígenas. Antes de dezembro de 1968, os massacres se davam mais pela omissão do Estado.

Segundo o relatório, de 1964 a 1985, 8.350 indígenas foram mortos em massacres, roubo de terras, remoções forçadas dos territórios, prisões, torturas e maus-tratos.

Até hoje, o governo dos EUA não considera que os indígenas foram vítimas de genocídio, muito embora sua população tenha diminuído de cerca de 2 milhões, no século XVI, até aproximadamente 250.000, nos dias atuais.

Goitacá

Goitacá (ou Goytacazes, daí o nome da cidade de Campos dos Goytacazes) pode ser compreendido como “grande nadador” ou “grande caçador”.

O genocídio dos povos indígenas no Brasil existe desde os tempos da colonização portuguesa, com a implementação do cultivo da cana-de-açúcar na costa brasileira. Esse processo consistiu no extermínio das populações indígenas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doenças trazidas pelos europeus.

Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais. No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil.

Quando os espanhóis chegaram, em 1500, o Tawantinsuyo tinha 15 milhões de habitantes, e em 1620, um milhão. Só nas minas de Potosi, foram oito milhões de mortes.

Calcula-se que, após a chegada dos colonizadores às Américas, em 1492, mais de 70 milhões de indígenas tenham sucumbido a doenças, guerras e pobreza.

O Reformatório Agrícola Indígena Krenak, era tratado como um “centro de recuperação” de índios presos pela ditadura militar, por “crimes” como desacato, vadiagem, consumo de bebidas alcoólicas. Até a opção sexual era tratada como crime, e os índios que fossem homossexuais também eram presos.

No primeiro século de contato, 90% dos indígenas foram exterminados, principalmente por meio de doenças trazidas pelos colonizadores, como a gripe, o sarampo e a varíola. Nos séculos seguintes, milhares de vítimas morreram ou foram escravizadas nas plantações de cana-de-açúcar e na extração de minérios e borracha.

A população indígena no país sofreu um enorme decréscimo, entre o século XVI e o século XX, passando de milhões para a casa dos milhares. Extermínios, epidemias e também escravidão foram os principais motivos dessa redução.

Último censo do IBGE registrou quase 900 mil indígenas no país; dados serão atualizados em 2022 — Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Ao passo que o processo de dominação, imposta por violência, ia se desenvolvendo, mais as terras da América tornavam-se sujas de sangue: estima-se que mais de 30 milhões de índios foram mortos durante o processo de colonização espanhola.

Pelos cálculos usados no estudo, cerca de 56 milhões de índios morreram entre a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, e o ano de 1600, tanto em conflitos contra os colonizadores como por doenças trazidas da Europa.

No século XVI os rituais de canibalismo eram frequentes em pelo menos duas importantes tribos indígenas: os tupis e os tapuias.

Os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas tribos se encontravam na parte litorânea brasileira. Estes foram os primeiros índios a terem contato com os portugueses que aqui chegaram.

Considerados selvagens pelos colonizadores europeus, foram apelidados de 'bushmen', o que significa literalmente 'os homens do mato'.

Os franceses, com apoio dos Tamoios haviam invadido a região e os portugueses, com a ajuda dos índios Temiminós, conseguiram expulsá-los.

Enquanto Portugal reorganizava sua política para estabelecer uma ocupação efetiva no litoral brasileiro, os espanhóis impunham sua conquista na América, chegando quase à exterminação dos grupos indígenas: os astecas, no atual México, os maias, na América Central e os incas, no atual Peru.

Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios de hoje.