Quanto tempo o bebê pode ficar longe da mãe?

Perguntado por: abarbosa . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Durante nove meses, o bebê vive protegido pelo útero da mãe, tranquilo e quentinho. Após o nascimento, a proteção continua. Durante os primeiros dias ou meses é comum que os dois não deixem a companhia um do outro.

Se o bebê tiver entre seis meses e dois anos quando a mãe retornar ao trabalho, poderá apresentar “ansiedade da separação”. Os bebês menores geralmente não demonstram tanto incômodo, principalmente se os pais cuidarem para que a sua rotina não mude muito. Mas os mais crescidinhos podem, sim, dar um pouco de trabalho.

Por que ela acontece? Ela surge porque o bebê começa a se dar conta de que a mãe é uma outra pessoa separada dele, apesar de depender inteiramente dela, e com isso cria um temor de que ela desapareça ou o abandone. Por isso, o bebê chora quando a mãe sai de seu campo de visão.

Durante os primeiros dias ou meses é comum que os dois não deixem a companhia um do outro. Mas quando a mãe precisa se ausentar, o bebê pode ficar irritado e chorão, além de demonstrar medo quando está na presença de estranhos.

Demonstração do amor pelo bebê
Apesar de amar os pais praticamente desde o nascimento, até os oito meses de vida o bebê demonstra seu amor de uma maneira mais sutil. Algumas dessas demonstrações podem ser olhar para os pais e sorrir e chorar quando deixa o colo dos pais para ir com outras pessoas.

“Mesmo que não enxergue muito bem ao nascer, o bebê 'percebe' a mãe desde o início”, explica o pediatra neonatal Luiz Renato Valério, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Além do olhar, esse reconhecimento, de acordo com o especialista, se dá também por meio do cheiro, da voz e do toque.

Olhar nos olhos é um dos primeiros marcos alcançados pelos bebês, e é especialmente emocionante! Ele permite que os pais saibam que seu bebê finalmente os "vê", e que eles são importantes e reconhecidos.

Se ele sorri a qualquer interação, é outro indício de que está contente. A criança que tem um sono tranquilo e uma alimentação adequada expressa maior contentamento. Quando os pais mostram um alimento e o bebê abre a boca ou se movimenta para pegar, é um sinal de que reconhece o estímulo.

Ter uma rotina
Estabeleça uma rotina de afeto antes de voltar a trabalhar. Acorde mais cedo, acaricie, sorria e fale com a criança, durante esse tempo. Comece a adaptar o bebé aos novos horários de amamentação, sono e banhos, entre outras alterações que deverá impor.

Assim como a felicidade, quando a mãe está nervosa, estressada ou com raiva, o corpo libera cortisol e adrenalina, que também chegam até o útero. O bebê não consegue entender o que está acontecendo, contudo, o batimento dos corações se acelera.

Regressar ao trabalho após quatro ou cinco meses inteiramente dedicados ao seu bebé pode ser um momento extremamente difícil, mas a atitude com que se enfrenta o fim da licença de maternidade faz toda a diferença no seu bem-estar e no do seu filho.

Geralmente, por volta dos 2 anos de idade, os sintomas de ansiedade de separação dos pais tendem a diminuir, até desaparecerem por completo. No entanto, é importante lembrar que cada criança é única e precisa ter seu tempo de adaptação respeitado.

Fase 4: Angústia de separação, entre o mês 7 e 8
Talvez provavelmente esta seja a mais difícil entre as 7 fases em que o bebê dá mais trabalho e demanda mais atenção. A angústia de separação é quando o pequeno se dá conta que os pais não são uma extensão de si e que começa a se perceber como indivíduo.

O método consiste em adaptar o pequeno, gradualmente, à condição que causa desconforto. Ou seja, a mãe deve procurar ficar cada vez menos tempo com o cuidador e a criança. “Desta forma, ela se sente segura e percebe continua assistida”, explica o especialista.