Quanto ainda resta da floresta amazônica?

Perguntado por: ajordao . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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A boa notícia é que 80% da floresta amazônica original permanecem praticamente intactos, então ainda é possível cuidar desse patrimônio de imenso valor para toda a humanidade.

Até agora, cerca de 729 mil km² já foram desmatados no bioma Amazônia, o que corresponde a 17% do referido bioma. Desse total, 300.000 Km2 foram desmatados nos últimos 20 anos!

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2023 foram identificados pelo sistema DETER 489 km2 de área com indícios de desmatamento na Amazônia Legal. Trata-se da segunda maior área desmatada nesses dois meses desde 2016, início da série histórica - o recorde ocorreu no mesmo período do ano passado (629 km2).

11.805 km²

Em 2023, se o ritmo da derrubada não for interrompido, a floresta pode perder mais 11.805 km² de mata nativa, conforme estimativa da plataforma de inteligência artificial PrevisIA.

Em 2050, metade da floresta pode virar savana. Os pesquisadores envolvidos com o estudo não acreditam na primeira via de desenvolvimento da Amazônia. Foi o debate de décadas atrás, de tentar preservar tudo com unidades de conservação. “A ideia de colocar uma cerca na Amazônia era impossível”, diz Nobre.

“A perda da floresta amazônica implicaria no desaparecimento dos enormes rios e biodiversidade da região, além de acabar com a regulação climática exercida pela floresta.

Mais de 90% do desmatamento que ocorre na Amazônia apresenta sinais de ilegalidade. Atividades ilícitas que destroem a floresta — incluindo extração ilegal de madeira, mineração ilegal e grilagem de terras — estão associadas a diversas práticas criminosas e ao acentuado aumento da violência na região.

Como para qualquer bem precioso e insubstituível, o valor da Amazônia é inestimável e provavelmente infinito. Mas algumas indicações podem ajudar. O Produto Interno Bruto (PIB) da Amazônia está perto de R$ 600 bilhões.

Florestas no Brasil
A área de floresta do Brasil equivale a 58,5% do seu território, cobrindo uma área de 497.962.509 ha. Desse total, 98% correspondem a florestas naturais enquanto apenas 2% são florestas plantadas.

Desmatamento em 2023
Em janeiro, o desmatamento na Amazônia caiu 61%. Já fevereiro registrou a maior marca para o mês em toda a série histórica, com um total de 322 km². Na ocasião, especialistas ouvidos pelo g1 alertaram que esses números devem ser vistos com cautela.

CAUSAS DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 80 % da perda de florestas no Brasil está relacionada direta ou indiretamente com a pecuária.

É o que mostrou o levantamento do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) divulgado em 18 de janeiro. O maior desmatamento da Amazônia dos últimos 15 anos foi registrado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Somente em 2022, foram devastados 10.573 km², 0 5º recorde anual consecutivo.

Amazônia caminha para um futuro sem passado
Segundo Vieira, se esse panorama sem governança na Amazônia persistir, o País perderá 53% de todo o território amazônico até 2050 e, consequentemente, este será o fim de 60% das espécies de plantas e árvores que ali vivem.

Desmatamento no primeiro trimestre de 2023 bate recorde no Cerrado, segundo dados do Inpe. No Cerrado, a destruição superou o recorde de 2022, com 1375,3km² desmatados. Já na Amazônia, foram 844,6km², o segundo maior patamar da série histórica.

No estado, a destruição passou de 96 km² em fevereiro de 2022 para 157 km² no mesmo mês de 2023, um aumento de 64%. Com isso, Mato Grosso ficou pelo segundo mês consecutivo no topo do ranking de devastação entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal.