Quando surgiu o manguezal?

Perguntado por: amendes . Última atualização: 2 de junho de 2023
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Manguezais são ecossistemas costeiros de transição da interface terra-mar de regiões tropicais e subtropicais, associados a eventos de transgressão marinha que tiveram o início de seu desenvolvimento há 5mil anos atrás.

São três as principais espécies de mangue: vermelho, preto e branco.

De acordo com as condições de sobrevivência nos ambientes lodosos dos manguezais, as três espécies vegetais presentes, chamadas de mangues, são classificadas em:

  • Mangue-branco (Laguncularia racemosa)
  • Mangue-vermelho (Rhizophora mangle)
  • Mangue siriúba (Avicena schaueriana)

Lacerda (2001) afirmou que as primeiras espécies de mangue surgiram em águas equatoriais no sudeste asiático entre 60 e 80 milhões de anos, distribuindo-se posteriormente Page 4 para a África e para as Américas.

bioma costeiro

Encontrado em vários pontos do litoral brasileiro, o manguezal é um bioma costeiro de transição, que se localiza entre o ambiente terrestre e o ambiente marinho.

Os manguezais são essenciais para a manutenção da vida marinha e terrestre, além de abrigar uma avifauna que utiliza o manguezal como área de alimentação, reprodução, desenvolvimento e refúgio.

87%

O Brasil é o segundo país em extensão de mangues, com aproximadamente 14.000 km2 ao largo do litoral do Brasil. Um total de 120 unidades de conservação têm manguezais em seu interior, abrangendo uma área de 12.114 km2, o que representa 87% do ecossistema em todo o Brasil.

Os Solos Indiscriminados de Mangues (SM) são solos halomórficos muito pouco desenvolvidos, lamacentos, escuros e com alto teor de sais provenientes da água do mar, formados em ambientes de mangues a partir de sedimentos flúvio-marinhas recentes misturados com detritos orgânicos, de natureza e granulometria variada, ...

Os mangues são espécies vegetais encontradas nos manguezais, que são um ecossistema localizado em regiões litorâneas, com um ambiente formado por uma água salobra, resultante do encontro da água doce com a do mar, o que torna esse lugar um espaço sensível ao equilíbrio entre esses dois cursos d'água.

Peixes como sardinhas, garoupas, tainhas, manjubas, cavalos-marinhos e até tubarões também frequentam o mangue para reprodução e alimentação, e fazem parte deste cenário um dos maiores mamíferos brasileiros: o peixe- boi marinho e o curiosíssimo sagui, que andando em bandos, estes macaquinhos, opostos ao peixe-boi ...

O Atlas dos Manguezais do Brasil aponta que a costa amazônica possui 80% da cobertura brasileira de mangues. Lá estão 16 Resex (Reservas Extrativistas), três TIs (Terras Indígenas) e territórios quilombolas (ICMBio, 2018) que, juntos, formam a maior reserva de mangues da América do Sul.

Em função do solo extremamente salino e da deficiência de oxigênio, em virtude das oscilações constantes da maré, a vegetação é formada por árvores com raízes escoras (para aumentar a superfície de sustentação) e com raízes pneumatóforas (raízes respiratórias). Não há vegetação rasteira.

- Raízes respiratórias, de aeração ou pneumatóforos: Essas raízes são muito comuns em plantas que vivem em manguezais, principalmente por realizar trocas gasosas com o meio ambiente.

As Áreas de Proteção Ambiental – APA, categoria onde os mangues preponderantemente ocorrem, têm mais de 578 mil ha de mangues, enquanto que as Reservas Extrativistas possuem 226 mil ha.

Nos manguezais acontece boa parte do ciclo de vida de muitos animais marinhos. São águas calmas, com muita matéria orgânica e baixa salinidade. Destruí-los tem impacto econômico imenso, pois são eliminados caranguejos, siris, peixes, camarões e mariscos.

Manguezais e estuários são ecossistemas autossustentáveis porque produzem seu próprio alimento. Servem como filtro natural, transformando as impurezas que vêm pelo rio e reciclando a água do mar.