Quando o luto vira depressão?

Perguntado por: aconceicao3 . Última atualização: 1 de março de 2023
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É importante entender que não é o luto em si que causa o transtorno psicológico da depressão. O que pode acontecer, com pessoas mais vulneráveis, é que o impacto do luto pode ser um grande estressor psicossocial e desencadear a depressão. Portanto, o luto seria um “gatilho” para isso.

Se depois de passado um tempo significativo, a pessoa ainda se sente presa naquela tristeza, na falta que a pessoa faz, isso pode indicar que esse luto está se transformando em uma depressão.

Apesar de ser caracterizado por uma tristeza profunda, o luto não é um quadro de depressão. O luto, em geral, tem um prazo de duração e é constituído por fases. Já a depressão é um quadro crônico que precisa ser acompanhado e tratado por um profissional especialista.

A psicóloga Juliana acrescenta que uma das piores fases do luto é o primeiro ano após a perda, pois será o primeiro ano em que a pessoa enlutada passará os primeiros aniversários e as primeiras datas comemorativas sem a presença da outra. Essa pode ser a fase mais difícil.

Viver o luto é essencial. Não esconda-o ou evite falar quando precisar. Escolha pessoas em quem confia para desabafar, chore toda vez que sentir vontade e, principalmente, não tente ignorar essa fase da vida.

O Zohar ensina que 30 dias antes de a pessoa morrer a alma começa a sair do corpo. A alma tem três aspectos ou níveis, chamados Nefesh, Ruach e Neshamá. Na hora da morte os dois níveis mais elevados deixam o corpo. O mais baixo, Nefesh, passa por um processo de até 11 meses para se desprender do corpo.

Um estudo inglês apontou que as emoções vivenciadas com o luto provocam desequilíbrios químicos no cérebro. Além disso, são responsáveis por sintomas como dor no peito, sudorese, tremedeira, tontura e fraqueza. Muitas pessoas que passam por esse momento extremamente delicado da vida relatam experiências semelhantes.

“Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram”. Podemos esclarecer essa passagem como quem crê em Deus terá uma despedida tranquila, sem dor e sem sofrimento.

É muito normal sentir tristeza ou desânimo de vez em quando, em algum acontecimento da sua vida. A depressão pode se manifestar de diversas maneiras.
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Aqui estão os diferentes tipos de depressão que são mais comuns.

  • Depressão maior. ...
  • Distimia. ...
  • Depressão ansiosa. ...
  • Depressão Psicótica. ...
  • Depressão pós-parto.

Os cinco estágios do luto descritos por ela:

  • Primeiro estágio: negação e isolamento. ...
  • Segundo estágio: raiva. ...
  • Terceiro estágio: barganha. ...
  • Quarto estágio: depressão. ...
  • Quinto estágio: aceitação.

Qualquer situação atrelada a um vínculo afetivo e que por algum motivo leve à perda, pode desencadear o luto. Mas esse processo pode se tornar um transtorno quando se estende por longos períodos, causando uma dor constante, onde a pessoa se torna incapaz de restabelecer sua vida de maneira funcional.

5 comportamentos que ajudam a lidar com o processo de luto

  1. Acolha suas emoções e as observe. ...
  2. Fortaleça o contato com as pessoas significativas, construindo uma rede de apoio. ...
  3. Estabeleça novas rotinas, no seu tempo. ...
  4. Cuide da saúde física, mental e espiritual. ...
  5. Busque ajuda.

A terceira etapa no modelo de Kübler-Ross se aplica aos casos em que o luto chega antes da morte em si, ainda que ela seja iminente. É conhecida como fase da barganha, ou da negociação. São acordos internos ou com Deus e divindades, como os santos. – Se eu melhorar, eu prometo fazer algo ou deixar de fazer.

Por isso, preparamos quatro dicas que podem ajudar no recomeço diante do processo de luto.

  1. 1) Procure amigos ou grupos de apoio. É incrivelmente terapêutico conversar sobre os sentimentos. ...
  2. 2) Viva o luto. ...
  3. 3) Cuide de você mesmo. ...
  4. 4) Escolha o que fazer com as lembranças.

Olá, sim é plenamente normal que tristeza, desanimo, choro frequente venham a fazer parte de quem está enfrentando fase de luto por perda de pessoa próxima ou ente querido.

O papel do psicólogo no processo de luto
Assim, o psicólogo ajuda o indivíduo a ter um espaço para expressar a dor e a criar novos sentidos (existencial) à experiência da perda e sofrimento que orientando para que consiga elaborar esse luto e permitindo vivenciar o luto de maneira respeitosa.

Se não vivermos o luto até o fim, a gente não elabora, e impede que o processo se encerre — diz Bianca Dantas, psicanalista de saúde mental do Centro de Atenção Psicossocial Franco Basaglia, em Botafogo. Na maior parte das vezes, entendemos o luto como um processo detonado pela morte de alguém próximo.