Quando devemos silenciar?

Perguntado por: ibotelho . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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Se o seu silêncio está gerando conflitos, podemos dizer que você está mais calado do que o necessário. Por exemplo, uma pessoa se sente chateada com a outra porque descobriu que ela havia dito uma mentira a seu respeito. Em vez de confrontar a situação e reclamar desse comportamento, ela decide permanecer em silêncio.

Há momentos que não falar, não ver e não ouvir é o melhor a fazer, às vezes afastar-se de certas situações ou pessoas torna-se uma boa alternativa para evitar momentos e coisas desagradáveis. Quando as palavras lhe faltam, a melhor coisa a fazer é calar a boca. Quanto mais você tem a dizer, menos palavras ocorrem.

O silenciar da mente favorece que o espaço entre um pensamento e outro vá aumentando gradativamente o que leva a experimentarmos uma sensação de tranquilidade, de bem-estar, diminuindo a ansiedade de forma absurda e permitindo que possamos olhar com mais assertividade para tudo o que acontece em sua vida.

O silêncio geralmente é visto como algo negativo. No entanto, o silêncio pode variar em quantidade e qualidade, pode ser espontâneo ou estratégico, voluntário ou forçado, quente ou frio como uma pedra… Além disso, o silêncio é também positivo e necessário.

Na lista de benefícios, o silêncio é responsável por desacelerar, acalmar, melhorar a concentração, o foco e a memória, além de ajudar o indivíduo a se entender melhor.

O silêncio é uma virtude que revela o olhar dos sábios. Em um diálogo, é no silêncio dos intervalos que nos completamos nas falas. Se você tentar se impor, na tentativa do convencimento, bloqueará todos os sentidos de quem te escuta. Falar e silenciar, é como o sol e lua: quando um está presente, o outro não está.

O silêncio é a melhor solução na conquista do nosso domínio próprio. Na Bíblia, vemos o seguinte em Eclesiástico 5,14: “Se tiveres inteligência, responde a outrem, senão, põe a mão sobre a tua boca, para que não sejas surpreendido a dizer uma palavra indiscreta, e venhas a te envergonhar dela.”

Pesquisas comprovam: se manter em silêncio pode elucidar ideias, fortalecer sua memória, ajudar no tratamento de depressões além de prevenir doenças cardiovasculares. O silêncio é o ponto de encontro entre o sono e a meditação.

O famoso aforismo 7 do Tractatus Logico-Philosophicus, “Sobre aquilo que não se pode falar, deve-se calar”, do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein, “não aconselha o silêncio; e de fato o verbo que usa por obrigação não é sollen, mas sim muessen; nos diz acima de tudo, de forma radical, que a alternativa ao silêncio ...

O filósofo judeu Ludwig Wittgenstein (1889-1951) afirmava que “tudo que podia ser pensado podia ser dito”. Para ele, “nada pode ser dito sobre algo, como Deus, que não podia ser pensado direito” e “sobre o que não se pode falar, deve-se ficar calado”.

Sabe porque o silêncio machuca tanto? Pois ele esconde palavras que gostaríamos que fossem ditas.

Não é fácil saber qual é o momento certo de falar e quando devemos ficar em silêncio. Podemos dizer que identificar o melhor a fazer em cada situação é uma arte. “Quem fala muito, erra muito”, diz a sabedoria popular, e isso é verdade. Falar demais nos expõe a excessos com consequências negativas.

O silêncio afasta os tormentos da mente e também cala as tentações de Satanás. É a maior defesa de Deus e o maior escudo da nossa saúde mental e espiritual. O bom cristão deveria cultivar o hábito de respirar fundo e mentalizar uma oração antes de expressar as suas reações.

Saber ouvir e saber calar: nisto consiste o supremo valor do silêncio. Ouvir, silenciar, pensar, falar, silenciar e pensar outra vez evitaria muita coisa dita em vão. Por falar apenas e pouco pensar, pessoas cometem erros difíceis de reparar depois. E por ouvir tanto menos do que pensam, piores erros cometem ainda...

Se você é um pai/mãe que fica em casa, você pode dedicar os primeiros 15 minutos de um descanso para silenciar. Se você trabalha, considere deixar seu telefone na sua mesa e dar um passeio na hora do almoço, ininterrupto. Tire cinco minutos durante o dia para olhar pela janela e fixar-se no instante presente.

Ao ler esta obra, o leitor descobrirá como lidar com as contradições do dia-a-dia, obter tranqüilidade em meio às tormentas e enfrentar as dúvidas e decepções na caminhada cristã. Essa é uma jornada de fé em busca da vontade de Deus, que está sempre pronto a falar a seus filhos até mesmo em silêncio.

Ela diz respeito à ação interior, desinteressada, que não visa reconhecimento, gratidão ou sequer ser notada. Aqui o silêncio não é mutismo, mas um estado interno em que a consciência penetra uma essência impalpável, inacessível aos pensamentos.

A prática dos historiadores da arte pressupõe, pois, o silêncio inteligente. Isto é: um “lugar” em que ocorre a intuição, e ela é uma forma de inteligência, para além do conceito, da frase, da lógica, do raciocínio. Entre os aspectos inteligentes do silêncio está o fato de ele ser vários, muitos, infinitos.