Qual seria a ideia mais importante colocado por Rousseau em O contrato social?

Perguntado por: ajordao . Última atualização: 17 de maio de 2023
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Rousseau afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social. Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje.

Rousseau nos diz no Discurso sobre a economia política que “o corpo político é também um ser moral, dotado de uma vontade; e essa vontade geral que tende sempre à conservação e ao bem-estar do todo e de cada parte” (ROUSSEAU, 1996, p. 25). 15 A primeira edição do Contrato Social é conhecida como Manuscrito de Genebra.

Como Rousseau vê a relação entre indivíduo e sociedade? Rousseau recupera a ideia da benevolência dos homens por meio das categorias piedade e empatia, como elementos da bondade natural, sendo as bases da relação entre indivíduo e sociedade no seu suposto estado de natureza.

Os chamados "contratualistas" são os filósofos que defendiam que o homem e o Estado fizeram uma espécie de acordo - um contrato - a fim de garantir a sobrevivência. O ser humano, segundo os contratualistas, vivia no chamado Estado Natural (ou estado de natureza), onde não conhecia nenhuma organização política.

Segundo o professor Fábio Medeiros, existem três pensadores da era moderna conhecidos como os filósofos contratualistas: Thomas Hobbes, que escreveu o livro Leviatã; John Locke, autor de 'Dois Tratados sobre o Governo Civil'; e Jean-Jacques Rousseau, escritor do Contrato Social.

O livro é uma reflexão sobre a origem do Estado e do poder político, e defende a ideia de que a sociedade é fundada a partir de um contrato social, no qual os indivíduos abrem mão de algumas liberdades em troca de segurança e proteção oferecidas pelo Estado.

Para ele, o conceito de sociedade civil é inseparável da noção de totalidade, isto é, da luta entre as classes sociais, e integra sua mais densa reflexão sobre o Estado ampliado.

Rousseau afirma que o ser humano é naturalmente bom. Em estado de natureza, viveria uma vida isolada dos demais, plenamente livre e feliz. O indivíduo seria o "bom selvagem" inocente e incapaz de praticar o mal, como os outros animais.

O contrato social é fundamentado em um pacto convencional, por meio do qual os cidadãos, em condições justas, abrem mão de seus direitos individuais e consentem com o poder de uma autoridade na qual depositam confiança. O Estado, resultante desse acordo tem o dever de proteger os cidadãos.

O pensamento de Rousseau surgiu de sua noção sobre a natureza humana. Contrapondo alguns de seus precursores e contemporâneos (como Montesquieu e Hobbes), ele acreditava que os seres humanos possuíam uma bondade inata, e que cuidar de si não excluía a preocupação com o bem-estar alheio.

Rousseau era a favor da ideia de formação da sociedade através do “contrato social”. Segundo ele, os homens eram livres e bons, até que se uniram para formar sociedades e assim foram corrompidos e aprisionados pela propriedade privada.

Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.

Os aspectos principais que definiram o pensamento social de Rousseau foram: a concepção de que a natureza humana é boa (o que o colocou frontalmente em oposição ao filósofo do século XVI Thomas Hobbes) e de que, derivada dessa concepção, a sociedade é quem a corrompe.

Portanto, para Rousseau, a desigualdade não é legítima do ponto de vista natural, já que houve uma alteração da alma e das paixões humanas, transformando a natureza humana.

Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778)

Em seu estado de natureza, o ser humano estaria sempre disposto a sacrificar o bem-estar do próximo em nome de suas vontades. Daí surgiria o incentivo para o estabelecimento de um contrato social, em que todos se submeteriam a um Estado maior que garantiria a salvaguarda dos direitos básicos, como a vida.

“Onde não há lei, não há liberdade”, disse Locke. Para ele, a sociedade não retira a liberdade dos indivíduos, mas a normatiza. Ele entendia que a liberdade deveria ser garantida por leis promulgadas pelo legislativo, em consenso com a comunidade.

John Locke O filósofo britânico John Locke (1632-1704) foi um dos autores da escola contratualista mais influentes no campo de estudos da Filosofia Política e das Ciências Sociais.