Qual o papel do professor no construtivismo de Piaget?

Perguntado por: acortes . Última atualização: 17 de maio de 2023
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A função do professor deve ser a de criar situações favorecedoras de aprendizagem, a construção do conhecimento pelos alunos é fruto de sua ação, o que faz com que eles se tornem cada vez mais autônomos intelectualmente.

Em um currículo tradicional, um professor transmite informações aos alunos que ouvem passivamente sobre os fatos. Em um currículo construtivista, por exemplo, os alunos estão ativamente envolvidos em seu aprendizado para alcançar novos entendimentos.

Essa é uma das principais características na metodologia de ensino construtivista. Nela, o papel do professor vai além de transmitir informações, tendo, como principal função, mediar e orientar a criança no processo de construção do conhecimento, respeitando a sua bagagem de conhecimento e fases de desenvolvimento.

Ainda a respeito da relação professor-aluno, Piaget coloca que essa relação tem que ser baseada no diálogo mais fecundo, onde os “erros” dos estudantes passam a ser vistos como integrantes do processo de aprendizagem.

As principais características do movimento construtivista foram: Rompimento com a arte clássica, tradicional e acadêmica. Utilização de outros suportes, colagens e objetos (pré-fabricados e de uso comum: madeira, plástico, ferro, vidro, arame, etc.)

Embora haja diversidade de instrumentos, é função do professor planejar a avaliação formativa. Afinal, é ele quem sabe quais são os objetivos de cada unidade de ensino e o que se espera obter a partir de cada projeto realizado.

Deixe as crianças escolherem
No processo construtivista, os interesses e as escolhas das crianças são levados em consideração e são vistos como aspectos positivos na aprendizagem. Por isso, ofereça opções de projetos e trabalhos para as crianças. Permita que os alunos se decidam por algum tema ou atividade.

Qual seria o papel do professor? Menciona, por assim dizer, duas dimensões relacionadas ao papel docente: INSTRUIR e EDUCAR. A ideia que está por trás do instruir tem a ver com toda relação do ensinar e do aprender. E ao termo educar associa-se o processo de formação humana.

Através da teoria piagetiana, o professor pode saber quando ensinar determinado conteúdo e de que forma deve ser ensinado, pois através dos estágios estudados, é possível Page 11 visualizar o desenvolvimento dos sujeitos e o que lhe é possível aprender em determinado estágio.

É ele que acompanha o aluno, medeia o conhecimento, faz parte do processo pedagógico efetivamente. É ele que enfrenta as dificuldades de aprendizagem do aluno, as carências afetivas destes, e principalmente sabe como adequar os conhecimentos prévios dos educandos aos conteúdos curriculares da escola.

Desenvolvido pelo psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início da década de 1920, o construtivismo considera que há uma construção do conhecimento e que, para que isso aconteça, a educação deve criar métodos que estimulem essa construção.

Segundo sua teoria denominada "epistemologia genética", a partir do nascimento os seres humanos são submetidos a fases de desenvolvimento cognitivo, do qual ele descreveu quatro estágios de desenvolvimento: sensório, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal.

O professor que proponha uma alfabetização construtivista deve ter conhecimento sobre as diferentes etapas das hipóteses de aquisição da escrita, sendo os níveis:

  1. Hipótese Pré-silábica.
  2. Hipótese silábica sem valor sonoro convencional.
  3. Hipótese silábica com valor sonoro convencional.
  4. Hipótese Silábico-Alfabético.
  5. Alfabético.

Para Piaget, o aprendizado é construído pela criança durante sua relação com objetos e pessoas. Essa ideia é a base da teoria chamada construtivismo. Cada nova descoberta é assimilada e acomodada junto ao que a criança já conhecia do mundo, tornando-o cada vez mais amplo.

Retomando as discussões sobre o uso de métodos de ensino ativo, Piaget propôs uma nova posição para o professor dentro do processo de ensino-aprendizagem. O docente não transmitiria os conteúdos, mas proporia situações de aprendizagem, em que o discente tivesse a possibilidade de construir seu conhecimento.

Em vez de simplesmente ensinar conceitos abstratos, os professores podem oferecer atividades práticas, como jogos de quebra-cabeça, experimentos científicos ou projetos de arte, para ajudar os alunos a desenvolver sua compreensão de conceitos.

A linha construtivista pressupõe o envolvimento pleno do aluno na construção do conhecimento. E, ao contrário do que se pensa, o trabalho do professor requer, sim, o planejamento de aulas. O construtivismo não está apoiado em metas de conteúdos a serem oferecidos ou transmitidos aos alunos.

O Construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal do aluno; o professor é um importante mediador do processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento do aluno, mas sim como o próprio desenvolvimento do aluno (Fossile, 2010).

A tragédia do construtivismo consiste no fato de que a aprendizagem social, em um contexto natural e informal é suficiente para aquisição de perícia nos domínios primários, mas não nos domínios secundários.

Nesse contexto, os professores, em especial, têm um papel central. Afinal, cabe a eles ter conhecimento das dificuldades de seus alunos, bem como de suas características próprias. A partir disso, é possível propor atividades mais inclusivas, garantindo metodologias de ensino realmente eficazes.