Qual o país que mais faz transplante de órgãos?

Perguntado por: aantunes . Última atualização: 28 de abril de 2023
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De janeiro a novembro de 2021 foram realizados mais de 12 mil transplantes de órgãos pelo SUS. Em 2020, foram cerca de 13 mil procedimentos do tipo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Pode-se dizer que o único que ainda não é possível é o cérebro. Será que conseguiremos passar o cérebro de uma pessoa para outra? Para o chefe do Serviço de Imunologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luiz Fernando Jobim, o cérebro é o grande órgão que nunca foi e não vai ser tão cedo transplantado.

O transplante pulmonar é considerado um dos mais difíceis em todo o mundo e no cenário de pandemia de covid-19 enfrenta queda de 62% no número de procedimentos, a mais brusca queda entre os transplantes no Brasil, de acordo com dados do RBT (Registro Brasileiro de Transplantes).

“Os mais difíceis são pulmão e coração, devido aos diversos critérios necessários para o transplante destes órgãos”, explica.

O Brasil é referência mundial em doação e transplantes de órgãos, garantido de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por financiar e fazer mais de 88% de todos os transplantes de órgãos do país.

Coraçãopreço no mercado negro $ 119.000
Dessa forma, alguns pacientes optam por outros meios de adquirir o órgão. Segundo o site Medical Transcription, o valor do coração, no mercado negro internacional de órgãos humanos, é de $119.000 dólares.

A maior expectativa de quem se submete a um transplante é conseguir viver bem com o novo órgão e por muito tempo. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a expectativa de vida média dos rins transplantados varia de 15 a 25 anos, entretanto, alguns casos ousam contrariar essas estimativas.

Em 2021, foram feitos mais de 23,5 mil procedimentos, desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão, entre outros. Já em 2020, 17.666 foi o número total de cirurgias, no qual 7.436 foram de órgãos sólidos, 7.348 de córneas e 2.882 de medula óssea.

O que torna ainda mais aterrorizante é o fato de pessoas da mesma família incentivarem as outras a venderem seus órgãos, e principalmente o rim, que é o órgão com o valor mais alto do mercado, até mais caro que o coração.

Ao contrário da doação de órgãos para transplante, no caso da doação de cérebros, todos os tipos de doadores são elegíveis, desde os teoricamente saudáveis (sem patologia neurológica e/ou cognitiva aparente) até aos doentes.

Apesar dos incríveis avanços da ciência, ainda não conseguimos transplantar o cérebro. O problema reside em uma questão não menos importante: ninguém conseguiu conectar o novo órgão à medula espinhal do corpo receptor.

Para diversos tipos de câncer, principalmente no caso de leucemias – câncer no sangue – o transplante de célula-tronco é o tratamento padrão ouro.

Mas para a maioria das mulheres, o transplante de útero ainda é inatingível, com custo estimado entre US$ 200 mil e US$ 500 mil (cerca de R$ 776 mil a R$ 1,9 milhão) e sem cobertura por plano de saúde.

O primeiro transplante do mundo foi feito, sem sucesso, em 1963, em Denver, nos Estados Unidos, pela equipe do médico Thomas Starzl. Apenas quatro países tinham programas constantes de transplante de fígado na época: os EUA, a Inglaterra, a Holanda e a Alemanha.