Qual o objetivo do microconto?

Perguntado por: sribeiro . Última atualização: 22 de fevereiro de 2023
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Trabalhar a leitura e compreensão do texto, fazendo com que o leitor construa o sentido do texto a partir de um pequeno trecho narrativo.

No miniconto muito mais importante que escrever é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de entender a história por trás do pouco que foi escrito. O Miniconto é um Conto de extensão mínima e, portanto, mesmo microscópico, deve conter ação, personagem e cenário, mesmo implícito.

O miniconto apresenta uma narração dentro de apenas uma linha. A ideia é que no mínimo de palavras possíveis, seja apresentado todo um contexto e uma ação em torno do pouco que é revelado por aquelas palavras.

Portanto a tríade brevidade, narratividade e intertextualidade são elementos fundamentais no microconto. Elementos esses que tornam o gênero conciso, mas não menos literário que o conto.

Como escrever um microconto
Um microconto deve ter no máximo 140 caracteres, mas a maioria prefere limitar em 10 palavras. Tem ainda quem se arrisque em nanocontos, com no máximo 4 palavras! Esse formato de literatura ganhou força com as redes sociais. Ele é rápido para ser escrito e lido no dia a dia.

Autores conceituam e estipulam limites precisos, nascendo assim algumas classificações: nanocontos (até 50 letras, sem contar espaços e acentos), microcontos (até 150 toques, contando letras, espaços e pontuação) e minicontos (alguns estipulando 300 palavras; outros, 600 caracteres).

Miniconto é um conto pequeno, portanto deve ter as características do conto: narratividade, ou seja, narrador, personagens, espaço e tempo. Efeito. Intensidade. Tensão.

O miniconto
Alguns dizem que ele é o primo mais novo do poema em prosa, outros apontam as fábulas chinesas como origem, de certo é que desde meados do século XX o conto tem experimentado – com sucesso – formas extremamente breves a partir de textos de gente como Cortázar, Borges, Kafka, Arreola, Monterroso e Trevisan.

Escrever microcontos é um excelente exercício para estimular a criatividade dos escritores. E isto não apenas no tocante às histórias em si. Mas, a limitação de caracteres induz o escritor a escolher cada palavra com tamanhas seletividade e precisão que são desconhecidas ao escrever romances e contos tradicionais.

É sempre muito produtivo levar um miniconto para a sala de aula e fazer a turma discutir sobre o que entenderam do texto, mostrando a eles que há alguns indícios importantes, mas que eles têm liberdade de interpretação. Depois, o professor pode sugerir que os próprios estudantes escrevam seus minicontos.

Em outras palavras, o foco narrativo, representa a “voz do texto”, sendo classificados basicamente em três tipos:

  • Narrador Personagem.
  • Narrador Observador.
  • Narrador Onisciente.

Temos três tipos:

  • o protagonista - também conhecido como personagem principal; (o herói, por exemplo)
  • o antagonista - personagem contrário ao protagonista; (o vilão)
  • os personagens secundários - conhecidos como coadjuvantes, aqueles que não fazem parte da trama principal.

Minicontos também são conhecidos como microcontos. É um tipo de conto extremamente breve que busca trazer os elementos da narrativa – espaço, tempo, lugar, personagens – em um número reduzido de frases. A tarefa do leitor é entender a história que está nas entrelinhas.

Nessa pesquisa diacrônica visita-se a obra de autores como Augusto Monterroso, autor de “O dinossauro”, conhecido como menor e mais famoso miniconto do mundo, Raymond Carver, norte-americano apontado como ícone minimalista da literatura, e Dalton Trevisan, responsável pela canonização desse tipo de texto no Brasil.

Não é uma mera vinheta, cena ou um slogan. Pode haver um punch line ou um final aberto, porém é possível identificar elementos narrativos como personagens, problema, clímax e resolução. Como em qualquer texto, requer-se certa familiaridade com seu contexto. Valor Literário.