Qual o movimento artístico Hélio Oiticica pertencia?

Perguntado por: mribeiro . Última atualização: 25 de maio de 2023
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movimento neoconcretista

Oiticica ficou conhecido por obras como 'Tropicália' e os parangolés. Hélio Oiticica é um dos mais importantes artistas brasileiros das décadas de 50 em diante. Participou do movimento neoconcretista ao lado de nomes como Lígia Clarke, Amílcar de Castro e Ferreira Gullar.

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1937 – idem, 1980). Artista performático, pintor e escultor. Sua obra caracteriza-se por um forte experimentalismo e pela inventividade na busca constante por fundir arte e vida.

A proposta de Hélio, relacionada ao seu entendimento do papel da arte e do artista, é de transformação social.

Os Parangolés, do artista brasileiro Hélio Oiticica, são um conjunto de obras que nasceram de “uma necessidade vital de desintelectualização, de desinibição intelectual, da necessidade de uma livre expressão”.

A obra pode ser descrita como um ambiente labiríntico composto de dois Penetráveis, PN2 (1966) - Pureza É um Mito, e PN3 (1966-1967) - Imagético, associados a plantas, areia, araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão.

Os Parangolés surgiram como uma proposta em muitas etapas: cortar, escolher tecidos, vestir-se de panos, mover-se com aquelas vestimentas, tornar-se criança tal como Hélio assim o desejava. Como vestir a roupa dos pais e brincar. O aspecto lúdico e o estado de infância da proposta envolveu a todos.

Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas, maquetes e amostras.

De acordo com os textos que foram escritos entre 1959 a 1969, Hélio Oiticica foi um dos poucos artistas que teorizou, conceituou, a própria arte. A ideia do artista era fixar questões essenciais no campo da arte. Quanto mais escrevia, mais potencializava sua teoria que irá acompanhar cada obra e invenção.

A partir de 1959 o artista iniciou seu processo de transição da tela para o espaço ambiental. Um dos primeiros trabalhos que marcaram essa mudança foi a instalação “Bilaterais” (1959) onde apresentou objetos coloridos que traziam forma e cor para o espaço, todos suspensos por fios invisíveis.

Hélio Oiticica

Fruto das experiências de Hélio Oiticica (1937-1980) com a comunidade da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, no Rio de Janeiro, o Parangolé é criado no fim da década de 1960. Considerado por Hélio Oiticica a "totalidade-obra", é o ponto culminante de toda a experiência que realiza com a cor e o espaço.

A anti-arte quebra a relação passiva do espectador com a obra, convidando-o e provocando sua participação direta no trabalho visto ou vivenciado. Além disso, passa a incorporar novas matérias do uso cotidiano e a investir na precariedade desses novos suportes.

Muitos foram os artistas que fomentaram a arte contemporânea no país, dos quais merecem destaque: Hélio Oiticica (1937-1980) Lygia Clark (1920-1988) Lygia Pape (1927-2004)

Os Parangolés são capas, faixas e bandeiras construídas com tecidos e plásticos, às vezes com frases políticas ou poéticas. Ao vestir, correr ou dançar com um Parangolé, a pessoa deixa de ser um espectador para se tornar parte da obra de arte.

O Movimento Artístico
Pode ser definido como um pensamento comum de um grupo de artistas acerca do que é arte, como fazê-la e o impacto que querem na sociedade. Os movimentos geralmente têm data de início clara, normalmente através de manifestos e/ou exposições artísticas.

O conceito de Estética Relacional baseia-se em uma construção poética centrada nas relações humanas e sociais e geralmente é pensada fora do ambiente das instituições artísticas. Esta prática ganha força a partir da década de 1960-70 e se destaca na poética de Hélio Oiticica, principalmente na obra Parangolé.