Qual o lugar da ciência atualmente no Brasil?

Perguntado por: dtaveira . Última atualização: 3 de abril de 2023
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Apesar de todas as dificuldades, o País se mantém como o 13º maior produtor de conhecimento científico no mundo, com participação em 372 mil trabalhos publicados internacionalmente no período 2015-2020, segundo um relatório recente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social vinculada ao MCTI.

O contributo da ciência para a sociedade é inquestionável, na medida em que possibilita avanços nos campos da saúde, da alimentação, do ambiente, da tecnologia, da energia e muitos outros, melhorando a qualidade de vida das populações e enriquecendo as sociedades intelectual e culturalmente.

Atualmente, o Brasil está em 13º no ranking mundial de produção científica. Já o estado do Rio Grande do Sul é o 2º com mais doutores titulados e com mais artigos publicados, além de ser o 4º maior estado com alunos de pós-graduação atendidos com bolsas em 2019.

Ciência & Tecnologia fica em quarto lugar (62%), abaixo de medicina saúde (79%), meio ambiente (76%) e religião (69%). O documento indica uma variação conforme a escolaridade. Quanto menor o tempo de estudo, menor a atenção para a produção científica. Já entre os com maior instrução formal, o interesse cresce.

As áreas de ciência e tecnologia têm sofrido com a redução de investimentos no Brasil, o que resultou em um fenômeno chamado de “fuga de cérebros”, que se refere à saída de cientistas e pesquisadores do país rumo a nações em que encontrem apoio a seus trabalhos.

A ciência tem um papel determinante para desenvolver melhor a compreensão do ser humano a respeito da natureza. Também contribui para que o homem alcance uma melhor qualidade de vida, tendo conhecimento para combater eventuais problemas que surjam no caminho como pandemias, por exemplo.

Ciência é o conhecimento que explica os fenômenos obedecendo a leis que foram verificadas por métodos experimentais. A ciência baseia-se na regularidade, na previsão e no controle de fenômenos que podem ser observados.

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui.

A ciência avança o conhecimento, melhora o ensino e a qualidade de vida dos cidadãos. Além disso, a ciência traz a solução para os grande problemas da humanidade, como novas fontes de energia sustentável, novos medicamentos, alívio à dor, conhecimento do universo, dentre inúmeros outros aspectos.

Entende-se que o ensino de ciências pode contribuir para que os alunos sejam inseridos em uma nova cultura, a cultura científica, que lhes possibilitará ver e compreender o mundo com maior criticidade e com conhecimentos para discernir, julgar e fazer escolhas conscientes em seu cotidiano, com vistas a uma melhor ...

O objetivo da ciência é explicar, descrever e prever os fenômenos a partir do desenvolvimento de procedimentos metodológicos que possam ser constantemente verificados e reproduzidos.

Por meio do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, é possível listar quais são as maiores economias do mundo e a sua relevância no tabuleiro internacional. Em 2022, depois de três anos, o Brasil voltou a figurar entre as 10 maiores economias do mundo, em 9º lugar.

O Brasil está em 59º lugar; numa das rubricas – relativa à educação de crianças e adolescentes e à formação profissional – aparece até mesmo na última posição.

Em âmbito geral da pós-graduação, o auge no número de titulados no país se deu em 2019. Foram 15.940 mestres profissionais, 54.131 mestres acadêmicos e 24.422 doutores. Em 2020, houve uma redução geral desses números, que passaram a 13.979, 46.060 e 20.066, respectivamente.

Nas últimas duas décadas, mais que quadruplicou o número de artigos científicos brasileiros em periódicos no ISI. Outro dado importante para a ciência nacional é a presença do Brasil entre os 31 países que produzem 97,5% da pesquisa mais citada do planeta.

A pesquisa científica proporciona a resolução de problemáticas relevantes para a sociedade. Ou seja, os resultados de um estudo, publicados em artigos ou apresentados em congressos, têm o mesmo objetivo: melhorar algum processo.

A atividade científica no Brasil é marcada por dificuldades estruturais, como falta de financiamento para pesquisa, baixa remuneração e problemas de saúde mental.

A desvalorização da ciência é particularmente nociva quando os recursos públicos para a pesquisa e desenvolvimento de ciência e tecnologia tornam-se cada vez mais escassos. Desde 2015, o orçamento disponível para a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) tem sofrido uma queda vertiginosa.

No Brasil não é diferente: 99% da produção científica vem das universidades públicas (federais e estaduais), segundo relatório de 2018 da Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A desigualdade social no Brasil é claramente um problema histórico, e quando envolvemos ciência junto à problemática, aquilo que era para ser amenizado torna-se ainda mais grave. Afinal, a ciência, assim como a política, deveria ter como principal objetivo servir e elevar o povo a condições de igualdade.