Qual o argumento de Freud para definir o Mal-estar na civilização?

Perguntado por: ebrito . Última atualização: 23 de maio de 2023
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Em 1930, Sigmund Freud escreveu O Mal-estar na Civilização e expôs sua teoria: “a civilização é um problema e nos deixa infelizes” (FREUD, 1930). Freud achava que os humanos eram criaturas agressivas por natureza, que nos deleitamos em exercer nossa agressão e ferir uns aos outros.

O mal-estar na civilização nos apresenta a teoria freudiana de que o conflito entre as regras sociais e as pulsões primitivas do homem seria a principal causa dos distúrbios psicológicos de nosso tempo.

Freud argumenta que a civilização reprime os instintos humanos. O ser humano precisa cada vez mais recalcar ou sublimar seus desejos e pulsões, como a agressividade e a manifestação da sexualidade. Em certa medida, isso é positivo por dar ao sujeito proteção social e sentimento de comunidade.

A expressão "Freud explica" é geralmente usada para se referir a uma explicação psicológica de um comportamento que parece ser difícil de entender. Isso se refere ao trabalho de Sigmund Freud, que é considerado o pai da psicanálise, uma das principais teorias psicológicas do século XX.

Ele acreditava que boa parte daquilo que vivemos — emoções, impulsos e crenças — surge a partir de nosso inconsciente e não é visível pela mente consciente. Lembranças traumáticas, por exemplo, ficam “bloqueadas” na memória de um indivíduo, mas continuam ativas sem sabermos e podem reaparecer em certas circunstâncias.

Sigmund Freud (1856-1939), em seu opúsculo “O Mal Estar na Civilização”, afirma que o homem anseia pela felicidade e que esta advém da satisfação de prazeres. Essas buscas pelas coisas que nos fazem bem provêm da satisfação (de preferência repentina) de necessidades represadas em alto grau.

Embora Lacan também tenha formulado conceitos como Real, Simbólico e Imaginário, objeto a, gozo, entre outros, ele considera como os quatro conceitos fundamentais da teoria psicanalítica os já propostos e demarcados por Freud: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.

A perspectiva freudiana acerca da civilização ocidental
A coerção e a imposição da renúncia às pulsões seriam premissas para a existência da civilização, pois há no ser humano tendências anti-sociais e destrutivas que são fortes o suficiente para determinar em algumas pessoas a sua conduta na sociedade.

A psicanálise

A psicanálise foi fundada por Sigmund Freud. Freud acreditava que as pessoas poderiam ser curadas tornando conscientes seus pensamentos e motivações inconscientes, obtendo assim "insight". O objetivo da terapia psicanalítica é liberar emoções e experiências reprimidas, ou seja, tornar o inconsciente consciente.

De 1900 a 1915, Sigmund Freud elabora sua primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico – a primeira tópica freudiana. Na primeira tópica, a mente é compreendida em três sistemas: consciente, pré-consciente e inconsciente. São como três partes da mente.

Faz-se necessário, segundo Freud, para que uma sociedade se estabeleça, que o sujeito recalque suas pulsões mais brutais. Sendo assim, essa energia perdida e recusada pelo sujeito deve ser em parte direcionada para a constituição cultural e civilizatória da sociedade à qual pertence.

É dessa perspectiva que compreendemos a afirmação de Freud teorizando a cura: “tornar consciente o inconsciente”. Os principais conceitos que inauguram a Psicanálise de Freud são: a noção de inconsciente; a teoria sexual e o princípio do prazer e de desprazer; a teoria das pulsões e a noção de aparelho psíquico.

A psicanálise, que se faz através da conversação, trata as doenças mentais a partir da interpretação desses fenômenos, levando o paciente a identificar as origens de seu problema, o que pode ser o primeiro passo para a cura.

Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico e pesquisador austríaco que criou a Psicanálise, método utilizado para o tratamento de doenças mentais. Suas teorias modificaram a maneira de ver o ser humano e influenciaram a Medicina, a Educação, as Artes, tornando-o um grande ícone do século XX.

A ideia por trás da famosa frase freudiana é que o eu não tem controle total sobre seus pensamentos, sentimentos e impulsos, pois existe uma parte da mente que escapa à sua consciência: o inconsciente . Freud usou a metáfora do iceberg para ilustrar essa divisão da mente em consciente, pré-consciente e inconsciente.

A psicanálise traz a ideia do inconsciente como a parte mais significativa dos processos mentais, influenciando todo o modo de viver dos sujeitos. Para Freud, o inconsciente é constituído de desejos e pulsões, que reprimidos podem gerar efeitos nocivos à saúde psíquica do sujeito (neuroses).

Citar a data da publicação original seguida da data da edição consultada. Exemplo: Freud (1898/1976) ou (Freud, 1898/1976).

Na primeira tópica de Freud, o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo aquilo de que estamos cientes num dado momento.

Suas pesquisas trouxeram à luz a teoria psicanalítica, baseada em duas hipóteses: o inconsciente atua em nossa percepção consciente e muitas experiências passadas, principalmente as da infância, determinam o padrão comportamental que a pessoa terá na vida adulta.