Qual era o preço de um escravo?

Perguntado por: imello . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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Quarenta e seis centavos de real: este é o preço de uma pessoa escravizada no Brasil, proporcionalmente.

Em geral, no final do século 19, o preço da liberdade variava de 200 mil réis a 2 contos de réis (equivalente a 2 milhões de réis). "A maior parte das pessoas não deve ter conseguido juntar o suficiente. Depois que o tráfico foi proibido, o preço do escravo subiu ainda mais", explica Grinberg.

Aqueles que sobreviviam a viagem eram vendidos no Brasil pelos comerciantes portugueses como se fossem mercadorias. O valor dos escravos era determinado pelo sexo, idade e condição dos dentes, tal qual se avaliavam os animais na hora compra.

Ele pesava 11 gramas. Ou seja, Judas aceitou entre 330 gramas de prata. Hoje em dia, cada grama de prata vale cerca de R$ 3,00. Então, as 30 moedas valeriam entre 990 reais, que é uma mixaria pela vida de alguém.

A imagem das trinta moedas de prata tem sido usada frequentemente em obras de arte que descrevem a Paixão de Cristo. A frase é usada na literatura e no senso comum para se referir às pessoas que "se vendem", comprometendo uma confiança, amizade ou lealdade para ganhos pessoais.

Nessa época, 1 saca de café era comprada por 12 mil-réis e um escravo comum era cotado a 350 mil-réis. Os escravos que eram hábeis em carpintaria, fundição maquinista etc., valiam 715 mil-réis.

A venda dos escravos vindos da África era feita em praça pública, através de leilões,mas o comércio de negros não se restringia à venda do produto do tráfico. Transações comerciais com escravos eram comuns.

O tempo de vida média útil de um escravo era de 10 a 15 anos, segundo muitos estudiosos.

As jornadas de trabalho dos trabalhadores escravizados nos engenhos variavam: o plantio (preparação do solo) demandava diariamente aproximadamente 13 horas de labor; já o corte e a moagem da cana-de-açúcar demandavam 18 horas diárias.

Os escravos de ganho, no contexto do Brasil colonial e do Império, eram escravos obrigados pelos seus senhores a realizar algum tipo de trabalho nas ruas, levando para casa ao fim do dia uma soma de dinheiro previamente estipulada.

Banqueiros ingleses se envolveram com a escravidão no Brasil mesmo depois de ela ter sido abolida nas colônias britânicas, em 1833. É isso que mostra uma pesquisa do historiador Joe Mulhern, especializado no envolvimento britânico com a escravidão no Brasil, pela Universidade de Durham, na Inglaterra.

De Marcelina, o preço foi cobrado em dinheiro. Depois de juntar a quantia necessária para comprar sua carta de alforria por 115.200 réis, sua proprietária Josefa Joaquina José de Toledo, viúva de seu antigo dono, rasgou a carta de liberdade que havia lhe dado e exigiu 204.800 réis, quase o dobro do valor acordado.

Nota-se que, nas listas nominativas, havia a tendência de os chefes de domicílio e seus familiares serem registrados como brancos, os agregados como pardos e os escravos como negros. Além disso, vigoravam dois critérios para classificar a cor da população.

Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença.

Um detalhe importante é que o siclo é uma medida de peso, ou seja, 1 siclo equivaleria a 11,4 gramas do metal. Se pensarmos nos valores hoje em dia, 20 siclos de prata valeriam aproximadamente 1300 reais.