Qual é o sentido do mundo segundo Alberto Caeiro?

Perguntado por: usilveira6 . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
4.5 / 5 20 votos

No poema, Alberto Caeiro afirma-se um poeta onde diz que a realidade é apenas “o que é”, e por isso não tem mistérios a desvendar, contrariando tudo aquilo que as outras pessoas pensam sobre as coisas, quando acreditam que elas contêm algo mais para além daquilo que é visível.

O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso. Que idéia tenho eu das cousas?

Caeiro valoriza a simplicidade e demonstra o seu gosto pela natureza. Para ele, mais importante do que pensar é sentir, delegando todo o conhecimento à experiência sensorial. A linguagem da sua poesia é simples, afinal, Caeiro não estudou além da escola primária.

Entre os heterônimos de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro é considerado o mestre, aquele, conforme a definição de seu criador, que escreve “por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever”.

O Guardador de Rebanhos

Suas principais obras são O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e Poemas Inconjuntos.

O guardador de rebanhos

O guardador de rebanhos, do heterônimo Alberto Caeiro
Escrito por volta de 1914, mas publicado pela primeira vez em 1925, o extenso poema O guardador de rebanhos - representado abaixo por um breve trecho - foi o responsável pelo surgimento do heterônimo Alberto Caeiro.

Alberto Caeiro é um adepto do paganismo e do sensacionismo (valorização das sensações). Álvaro de Campos é um escritor modernista e futurista. Ricardo Reis é autor de versos regulares neoclássicos. Bernardo Soares escreveu o Livro do desassossego, um diário íntimo e fragmentado.

1. [ Literatura ] Nome e personagem inventados por um autor para assinar obras com estilos literários diferentes (ex.: o escritor Fernando Pessoa criou dezenas de heterónimos mas os mais famosos são Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Bernardo Soares e Ricardo Reis).

Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.

Desde que você partiu a minha alma se dividiu em duas partes: onde eu estou e onde está você agora. E quem quiser realmente saber onde eu estou, saberá onde me encontrar. Não vou mais deixar que nenhuma inveja, nenhum olho gordo estrague meus dias de felicidade.

Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida. Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo, O que fui de coração e parentesco.

Do português antigo caeiro, 'fabricante (ou fornecedor) de cal'. Tem os derivados Caeira, Caeirão, Caeirinha e Caeiros.

Alberto Caeiro é o mestre de todos os demais heterônimos. O próprio poeta Fernando Pessoa reconhece que Caeiro foi o desencadeador de seu processo poético. O principal conjunto de poemas de Caeiro, O Guardador de Rebanhos, constituído de 49 poemas, teria sido escrito de uma única vez, na noite de 8 de março de 1914.

"A obra pseudônima é do autor em sua pessoa, salvo no nome que assina; a heterônima é do autor fora da sua pessoa; é duma individualidade completa fabricada por ele, como seriam os dizeres de qualquer personagem de qualquer drama seu".

Crie um heterônimo. Siga os seguintes passos: escreva sua biografia (em terceira pessoa): origem, experiências de vida, estudos, características físicas e psicológicas, curiosidades... detalhe seu estilo poético: base de sua inspiração, visão de mundo, temas recorrentes, tom poético, uso de recursos estilísticos...

Os heterônimos criados por esse ilustríssimo autor foram: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.

Alberto Caeiro é um poeta voltado para a simplicidade e as coisas puras. Viveu em contato com a natureza, extraindo dela os valores ingênuos com os quais alimentava a alma. É um poeta bucólico, dá importância às sensações, registrando-as sem a mediação do pensamento.