Qual é o Deus de Spinoza?

Perguntado por: amachado3 . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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Deus é o único que existe em virtude de seu próprio ser, é o único que existe necessariamente numa relação intrínseca com sua essência. Tudo devém de Deus, tudo está em Deus, nós também. Ele não criou o mundo, ele existe por sua própria natureza que envolve a capacidade de existir. E de Deus se seguem infinitas coisas.

No “Livro I da Ética e no Tratado sobre a Religião e o Estado”, o filósofo holandês Baruch Spinoza delineia a sua concepção de um Deus despersonalizado e geométrico, contrária a todas as formas de se conceber Deus como uma espécie de entidade, oculta e transcendente, que age conforme os seus desígnios e a sua vontade ...

De acordo com o filósofo, a teoria de Espinosa demonstra que a ambivalência da indissociabilidade entre a esperança e o medo está na origem da superstição e que o elemento supersticioso possibilita a mobilização de teses conspiratórias e de negacionismo científico.

Em 1656, Spinoza foi excomungado de sua sinagoga e expulso da comunidade judaica, por ter se recusado a aceitar determinados aspectos da ortodoxia judaica.

O filósofo holandês nasceu no seio da comunidade dos judeus da nação portuguesa — a diáspora sefardita ocidental. Mas, em 27 de julho de 1656 foi pronunciado maldito pelos anciãos por motivos até hoje desconhecidos. Simplesmente foi considerado que suas ideias eram heresias monstruosas e abomináveis.

Em Espinosa, a felicidade está vinculada a um Deus que age apenas pela necessidade de sua própria natureza, que é autoprodução necessária de si mesmo, que atua apenas pelas leis da causalidade eficiente imanente.

A frase Deus sive substancia sive natura (Deus é tanto substância como natureza), isto é, natura naturans e natura naturata, ou seja, substância e modos (acidentes) simultaneamente, explicita Espinosa da seguinte maneira: Deus é a natureza (Natur) infinita, absoluta (naturans), e tudo o que é, isso foi tornado ( ...

Albert Einstein tinha uma ideia de Deus não vinculada a nenhuma igreja ou fé estabelecida. Não acreditava num Deus que premiasse os bons e castigasse os maus ou que prometesse a imortalidade. Mas ele acreditava num Deus que havia criado o universo.

Mas o conceito de Deus também é abstrato em outro sentido. Assim como os conceitos de gás ideal e círculo perfeito, o conceito de Deus é uma idealização, no sentido de ser um enfoque ou concepção muito perfeita ou excelente de coisas que encontramos no mundo; tão perfeita que não pode haver exemplos dela no mundo.

Tudo que a mente sabe, ela sabe através de um corpo que é afetado, que existe em ato. Ou seja, o que é percebido na mente humana é exclusivamente o que acontece com o corpo. A mente é ideia do corpo, o pensamento só acontece por força dos corpos que nos afetam.

Para Espinosa, a liberdade humana se refere à potência do corpo e da mente de realizar sua essência de perseverar-se na existência - o conatus referido mais acima.

O ser humano, segundo o pensamento de Spinoza, vai possuir verdadeira liberdade quando através dos afetos ativos, vencer as paixões tristes e abraçar as paixões alegres. dizer que o ser humano não pode agir contra a sua essência, ou seja, contra a substancia única.

A crítica de Espinosa ao livre-arbítrio é que ele afirma que mesmo que tenhamos consciência da nossa vontade, de nossos desejos, não necessariamente somos autores destes, como costumamos crer.

O pensador se destacou especialmente no estudo da teologia e da política tendo escrito sobre ambos na sua obra mais importante, Ética (1677).

A filosofia de Espinosa demonstra que a imagem de Deus, como intelecto e vontade livre, e a do homem, como animal racional e dotado de livre-arbítrio, agindo segundo fins, são imagens nascidas do desconhecimento das verdadeiras causas e ações de todas as coisas.

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