Qual é a grande ameaça que os quilombos traziam Pará o Brasil?

Perguntado por: daraujo . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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A "grande ameaça" que os quilombos traziam para o projeto colonial português era a desarticulação das suas bases econômicas, o que por sua vez ameaça a política colonial estabelecida no país e os interesses econômicos portugueses.

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na América Latina. Foi construído na região do atual estado de Alagoas e chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes. Foi um dos grandes símbolos da resistência dos escravos no Brasil e foi alvo de expedições organizadas por portugueses e holandeses.

Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares surgiu por volta de 1580 e foi o maior quilombo brasileiro, com aproximadamente 20 mil negros fugidos na época do Brasil Colônia.

Os escravizados africanos fugiam das fazendas entre os séculos XVI e XIX, e se abrigavam nos quilombos para se defenderem do sistema escravista e resgatarem a cosmovisão africana e os laços de família perdidos com a escravização. Neles, existiam manifestações religiosas e lúdicas, como a música e a dança.

Os quilombos eram comunidades de africanos e seus descendentes que fugiam da escravidão. Nesses locais viviam em liberdade, produzindo o que necessitavam para viver. Eram locais onde tinham a possibilidade de resgatar suas tradições culturais e religiosas.

Duas formas de punição eram mais comuns: o açoitamento público, para quem havia sido julgado e condenado, e o chicoteamento no calabouço, que substituiu o castigo privado. “Os senhores tinham que pagar pelo serviço – não apenas pelos açoites e pelo tratamento médico subsequente, mas também por acomodação e alimentação.

Embora não tivessem sido as únicas, a revolta e a formação de quilombo foram das mais importantes formas de resistência coletiva contra a escravidão. A revolta assemelha-se a ações coletivas comuns na história de outros grupos subalternos; e o quilombo foi um movimento tipicamente dos negros escravizados.

Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.

Os quilombos se constituem como territórios que expressam a luta coletiva da população negra ao longo da história e que resistem mesmo diante dos ataques do racismo estrutural.

Para destruir definitivamente Palmares, os portugueses contrataram o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, que chegou à região em 1692. Foi necessário mais de dois anos, milhares de homens e muitas peças de artilharia para que as tropas do bandeirante vencessem a resistência no Quilombo dos Palmares.

A palavra “quilombo” possui etimologia bantu e refere-se aos acampamentos de guerreiros na mata.

A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. Com o passar do tempo, vários desses fugitivos aglomeravam-se em determinados locais, formando tribos.

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares foi líder do Quilombo dos Palmares, entre 1678 e 1694, e acabou sendo emboscado e morto pelos portugueses, em 1695.

As fugas eram freqüentes e podiam ser temporárias. Alguns cativos passavam determinado tempo evadidos e depois retornavam a casa de seus senhores. Se alguns escravos podiam fugir temporariamente porque receavam, por exemplo, serem castigados, outros podiam planejar fugas definitivas para bem longe do domínio senhorial.

Algumas formas eram: formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e sequestros de senhores, paralisações, sabotagens e roubos. Também havia a capoeira, que era considerada uma forma de resistência, diferente do fenômeno urbano do século 19.

4,8 milhões de africanos foram transportados para o Brasil e vendidos como escravos, ao longo de mais de três séculos. Outros 670 mil morreram no caminho.

Muitos escravos revoltavam-se e fugiam de fazendas e senzalas, o que acabou por formar os quilombos. Ambas as expressões eram termos oriundos da África Central para designar acampamentos improvisados durante períodos de guerra ou captura de escravos.

Os habitantes dos quilombos eram chamados comumente de quilombolas. Importante notar que os quilombos eram locais dentro das florestas e matas para onde os escravos iam quando fugiam das fazendas.

Entre as punições, figuravam falar mal do rei e praticar feitiçaria. Entre as penas, a amputação de membros e a marcação da pele com ferro em brasa. A pena de morte era prevista a torto e a direito.

Eram dois os mais relevantes lugres para esse destino no início do século 19: “a Cadeia (antigo Aljube) e o Calabouço eram as duas principais prisões do Rio de Janeiro, nas quais ficavam depositados os escravos, sendo o Calabouço exclusivo para os cativos.