Qual é a doença do sushi?

Perguntado por: uximenes . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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A anisaquíase é uma parasitose intestinal provocada por vermes nemátodes da família Anisakinae, nomeadamente Anisakis simplex, Anisakis physeteris e Pseudoterranova decipiens, que habitualmente adquiridos após a ingestão de frutos-do-mar ou peixes crus.

Quando há a presença de sintomas, podem ocorrer dores e desconforto abdominal, flatulência, náusea, vômito, diarreia intermitente, emagrecimento, anemia megaloblástica (carência de vitamina B12) e, em casos mais graves, obstrução intestinal e do ducto biliar.

Os sintomas da infecção com a larva surgem normalmente uma a duas horas após o consumo do peixe contaminado e incluem cólicas abdominais e vómitos. No estômago a larva em movimento provoca ulcerações com náuseas, vómitos e dor epigástrica, algumas vezes com hematémese (vómito com sangue).

Um estudo conduzido pela Proteste em restaurantes de São Paulo onde é comercializado esse tipo de alimento mostrou que apenas 2 de 60 amostras analisadas continham agentes causadores de doenças. Isso reforça a afirmação de que o consumo de sushi é seguro.

Peixes que podem ser consumidos crus
De maneira geral, aposte em tipos como o salmão, o atum, a tilápia, o arenque e o linguado ao comer peixe cru. Camarão, lula e polvo também podem ser utilizados para fazer sushis e sashimis e, por isso, devem ser selecionados com o mesmo cuidado para consumo cru.

Todas as espécies de peixe podem apresentar parasitismo natural por helmintos (vermes) e outros patógenos. Os helmintos cumprem um ciclo de vida que passa por diferentes estágios evolutivos até chegar a fase adulta e para isso, dependendo da espécie, precisam infectar outros animais que se tornam seus hospedeiros.

Quando o verme já não se encontra mais no estômago e penetrou a mucosa do intestino, provocando abscesso ou obstrução intestinal, a cirurgia é forma mais indicada de tratar a infecção. Casos de sucesso com o tratamento à base de albendazol 400 mg de 12/12 horas por 3 dias têm sido descritos.

“Um dos cuidados a ter poderá ser congelar o peixe a -20ºC durante 24 horas para matar os vermes”, explica. Desta forma é possível evitar uma infeção grave no estômago ou intestinal, mas não uma alergia, “porque, mesmo mortos, os parasitas podem causar reações alérgicas”.

No caso de carne e peixe crus, duas bactérias se destacam: a Salmonella e a Listeria monocytogenes. A Salmonella está no topo da lista das bactérias causadoras de surtos de doenças alimentares no País.

Um dos maiores cuidados nutricionais para os amantes de sushi é na verdade o sódio, graças ao molho de soja e outros pratos à base de missô que geralmente o acompanham. Uma colher de sopa de molho de soja tradicional contém quase 1.000 mg de sódio.

A síndrome de Haff apresenta sintomas menos de 24 horas após a ingestão de pescado. Sintomas como dor muscular difusa, rigidez muscular, dormência, perda da força em todo corpo, urina de coloração escura e falta de ar após a ingestão de pescado podem indicar um caso da síndrome.

Desconfortos gastrointestinais depois de um rodízio em restaurante japonês, como diarreia, náusea, vômitos ou dor de cabeça, são alguns dos sintomas mais frequentes que indicam a infecção de bactérias e parasitas. A médio prazo, também podem surgir falta de apetite e perda de peso.

Tratamento da anisaquíase
A remoção endoscópica das larvas é curativa. O tratamento da anisaquíase presuntiva com albendazol, 400 mg por via oral duas vezes ao dia, por 6 a 21 dias, pode ser eficaz, mas os dados são limitados.

Um estudo português publicado no periódico científico BMJ alerta para o risco de infeções parasitárias associadas ao consumo de peixe cru nos países ocidentais. O aumento da popularidade e do consumo da comida japonesa no ocidente pode estar a colocar a saúde dos muitos fãs de sushi em risco.