Qual a situação da Amazônia em 2023?

Perguntado por: dmoura . Última atualização: 30 de abril de 2023
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O acúmulo de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 2.416 km² no primeiro semestre de 2023. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (30) pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os modelos sugerem que, até o ano 2050, as temperaturas na Amazônia aumentarão em 2º C a 3°C. Ao mesmo tempo, a diminuição das chuvas nos meses de seca provocará a ampliação da seca. Essas mudanças terão graves consequências.

Esses fatores juntos mostraram que há dois limites que não podem ser superados para garantir o equilíbrio da floresta: chegar a 4°C de aquecimento ou 40% de desmatamento. Se uma dessas condições for superada, os cientistas acreditam que se chegará a um ponto de ruptura. Em 2050, metade da floresta pode virar savana.

O Brasil mede oficialmente o desmatamento anual de agosto a julho, para limitar a influência da cobertura de nuvens que obscurece as imagens de satélite durante os meses chuvosos. Nos primeiros oito meses desse período, de agosto de 2022 a março de 2023, o desmatamento aumentou 39% ano a ano.

E isso terá um impacto significativo na biodiversidade da região e até mesmo nas mudanças climáticas em nível mundial. A boa notícia é que 80% da floresta amazônica original permanecem praticamente intactos, então ainda é possível cuidar desse patrimônio de imenso valor para toda a humanidade.

De acordo com o DETER, nos primeiros quatro meses de 2023 foram devastados 2.133 km2, um valor 17% maior que o registrado no mesmo período do ano passado e 48% maior que a média histórica.

Os desmatamentos nas terras indígenas correspondem a 1,4% da área total desmatada no Brasil (26.598 hectares) e a 4,5% do total de alertas. A maior parte dos alertas (91%) aconteceu no bioma Amazônia. E a maior área desmatada foi o TI Apyterewa (PA), com 10.525 hectares atingidos.

Florestas do futuro terão árvores menores e absorverão menos carbono, sugere estudo.

Conheça quatro ações que podem ajudar a salvar a Amazônia.

  1. Consumo consciente.
  2. Fortaleça as redes de apoio.
  3. Aprenda com os povos da floresta.
  4. Incentive o reflorestamento.

A região Amazônica, detentora do maior estoque de recursos estratégicos – água, minerais, biodiversidade – do planeta, passa a constituir o espaço vital do século xxi.

Compromisso com o futuro
A floresta garante as chuvas para boa parte da América do Sul e tem papel central no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas.

As florestas tropicais têm um futuro incerto diante das mudanças climáticas, mas uma nova pesquisa publicada na Revista Science sugere que elas podem continuar a armazenar grandes quantidades de carbono mesmo em um mundo mais quente.

O primeiro cenário que podemos chamar de Cenário Pessimista, considera que as tendências atuais de desmatamento na região irão continuar no futuro. Sob este cenário, estima-se que um total de 2,7 milhões de km2 estariam desmatados até 2050, resultando na emissão de 32 bilhões de toneladas de carbono.

Assim como outros países tropicais que sofrem com um grande desmatamento, no Brasil tem como causas principais: Atividades agropecuárias, responsáveis por 80% do desmatamento em todo o mundo; Avanço da urbanização; Exploração comercial de madeira.

Até agora, cerca de 729 mil km² já foram desmatados no bioma Amazônia, o que corresponde a 17% do referido bioma.

Degradação de habitat: a retirada da vegetação destrói o habitat de várias espécies, o que pode, inclusive, levá-las à extinção. Erosão: a retirada da vegetação também deixa o solo mais exposto à ação do Sol, dos ventos e das chuvas, o que pode desencadear o seu processo de degradação.

Considerando o número de abril, o desmatamento na Amazônia em 2023 caiu 40,4% em relação ao mesmo período de 2022, para 1.173 km².

A agricultura e a pecuária, grandes obras de infraestrutura, a exploração madeireira, a grilagem de terras, o garimpo e a expansão dos assentamentos humanos são atividades com grandes impactos sobre a floresta, especialmente quando são feitas de forma ilegal ou sem obedecer a um zoneamento ecológico-econômico.

Estados da Amazônia – Em comparação a outros estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal, o Amazonas é o único que se mantém com mais de 90% do seu território preservado.

A Amazônia teve 167 km² desmatados em janeiro de 2023, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Sistema DETER, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número representa uma queda de 61% em relação a janeiro de 2022 –quando foi registrada uma área desmatada de 430 km² no bioma.