Qual a situação da Amazônia atualmente 2023?

Perguntado por: amoreira . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Os alertas de desmatamento acumulados nos quatro primeiros meses de 2023 na Amazônia atingiram 1.132 km², uma área 38% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Sistema DETER, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

É o melhor resultado até agora em 2023, após uma queda de 61% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2022, um aumento de 62% em fevereiro, quando o desmatamento foi recorde para esse mês e outro avanço de 14% em março.

A Amazônia teve 167 km² desmatados em janeiro de 2023, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Sistema DETER, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número representa uma queda de 61% em relação a janeiro de 2022 –quando foi registrada uma área desmatada de 430 km² no bioma.

Alertas de desmatamento na Amazônia caem 33,6% no 1º semestre de 2023. O número de alertas de desmatamento na Amazônia Legal caiu 33,6% no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira 6 pelo Ministério do Meio Ambiente.

Mato Grosso

Em 2023, até o dia 17 de fevereiro, o estado que mais registrou desmatamento foi o Mato Grosso. Dos 375,33 km² afetados neste ano, 198,85 km² – ou seja, 52,98%, mais da metade – foram registrados no estado. Em seguida, está o Pará, com 65,47 km² – com 17,4% do acumulado anual até o momento.

Esses fatores juntos mostraram que há dois limites que não podem ser superados para garantir o equilíbrio da floresta: chegar a 4°C de aquecimento ou 40% de desmatamento. Se uma dessas condições for superada, os cientistas acreditam que se chegará a um ponto de ruptura. Em 2050, metade da floresta pode virar savana.

O Brasil mede oficialmente o desmatamento anual de agosto a julho, para limitar a influência da cobertura de nuvens que obscurece as imagens de satélite durante os meses chuvosos. Nos primeiros oito meses desse período, de agosto de 2022 a março de 2023, o desmatamento aumentou 39% ano a ano.

Florestas do futuro terão árvores menores e absorverão menos carbono, sugere estudo.

33,6%

Queimadas também preocupam. O desmatamento na Amazônia caiu 33,6% no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, indicam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta quinta-feira (06/07) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Derrubada cresceu 9 vezes no Amazonas
No estado, a devastação passou de 12 km² em março de 2022 para 104 km² em março de 2023, uma alta de 767%. Ou seja: quase nove vezes mais. Com isso, o estado também assumiu a liderança como o que mais desmatou na Amazônia no mês, concentrando 30% de toda a devastação na região.

Até agora, cerca de 729 mil km² já foram desmatados no bioma Amazônia, o que corresponde a 17% do referido bioma.

O desmatamento, as queimadas, a garimpagem, o agropastoreio e a biopirataria representam os principais problemas ambientais enfrentados pelo bioma amazônico.

Expansão da fronteira agrícola, obras de infraestrutura, assentamentos humanos e apropriação de terras públicas são as principais causas da perda de cobertura florestal. Embora a região possua as maiores reservas de água doce do planeta, boa parte da população amazônica não dispõe de água própria para o consumo.

Os dados apontam que mais de 10 mil quilômetros de mata nativa foram destruídos em 2021– um crescimento de 29% em relação a 2020.

A Floresta Amazônica começou a sofrer com o desmatamento a partir da década de 1970, quando foi construída a Rodovia Transamazônica.

Até então, a maior área desmatada na Amazônia Legal era de de 198,67 km², taxa registrada em 2022. O recorde observado em fevereiro se dá depois de uma redução de 61% nas taxas de desmatamento em janeiro, quando comparado com 2022.

A construção de grandes obras de infraestrutura, a especulação com terras e a instalação de atividades econômicas como a agropecuária e a mineração estão entre as causas do desmatamento. A intensificação das queimadas na Amazônia acontecem junto ao aumento das taxas de desmatamento.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 80 % da perda de florestas no Brasil está relacionada direta ou indiretamente com a pecuária.

Compromisso com o futuro
A floresta garante as chuvas para boa parte da América do Sul e tem papel central no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas.