Qual a maior crítica do dadaísmo?

Perguntado por: ifurtado . Última atualização: 30 de maio de 2023
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Diferente de outros estilos artísticos que contemplavam a arte e a estética pictórica, o Dadaísmo questionava qual era o objetivo da arte e o seu valor cultural.

A intenção principal do movimento era chocar a burguesia da época através de uma arte totalmente diferente do comum. O movimento influenciou várias áreas artísticas, como a pintura, as esculturas e a poesia. Não se sabe exatamente de onde surgiu o nome do movimento.

O dadaísmo foi um dos movimentos mais emblemáticos das vanguardas europeias e norte-americanas do início do século XX. Se propôs a ser um movimento antiarte ao reivindicar objetos aleatórios do cotidiano como arte, mudando as compreensões em relação ao fazer artístico.

Devido ao fato de querer chocar e por ser uma arte de protesto, o Dadaísmo é considerado uma arte de desordem, ou seja, os artistas não estavam preocupados com a beleza estética de seus trabalhos e sim em chocar a população, causando desconforto aos burgueses.

Entre os principais artistas plásticos, que vestiram a camisa como artistas dadaístas brasileiros estão Flávio de Carvalho e Ismael Nery. Flávio foi um dos artistas que trouxeram o dadaísmo para o Brasil, afinal, viveu na Europa por tempo suficiente para conhecer e entender o que era o movimento e seus ideais.

A Fonte

Uma das principais obras do Dadaísmo chama-se “A Fonte”, criada em 1917 por Marcel Duchamp. A obra é um mictório, sem encanamento, de porcelana branco. Outra obra famosa de Duchamp foi uma cópia da Mona Lisa – mais famosa pintura do italiano Leonardo da Vinci – com um bigode. No quadro, foram rabiscadas obscenidades.

  • Marcel Duchamp
  • Salvador Dalí
  • Tristan Tzara
  • Hugo Ball
  • Hans Arp
  • Man Ray

O fim do Dadaísmo como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Significado de Dadá
substantivo masculino e feminino [Artes] Adepto do dadaísmo (1916-1922), movimento artístico e niilista, definido pela oposição aos valores sociais e culturais, pela ênfase ao absurdo, pela falta de razão, direcionando o instinto criativo para negar o conceito de arte; dadaísta.

Liberdade, ruptura e transformação estética, tanto na literatura como na pintura, são termos que caracterizaram e aproximaram Dadaísmo e Surrealismo.

A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan em um dicionário alemão-francês e significa, na linguagem infantil, “cavalo-de-pau”. Como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra, o nome Dada fora escolhido sem qualquer razão específica.

A experimentação literária do dadaísmo valorizava o caos e o absurdo e rompia também com a noção de significado dos vocábulos. Por meio de poemas fonéticos, os dadaístas fragmentavam as palavras em unidades silábicas sonoras, que, por sua vez, eram recombinadas, criando novas imagens.

Já o dadaísmo foi um movimento que buscou subverter a lógica da arte como uma maneira de evidenciar os tempos insanos que viviam. O contexto era o da Primeira Guerra Mundial (1914-18) e alguns intelectuais se refugiaram na Suíça.

Os dadaístas procuravam desmistificar a arte: riam da arte conservadora, riam do outro e riam de si mesmos. Eles prezavam uma espontaneidade absoluta que muitas vezes culminava em sátira e galhofa. Outro pilar do grupo era o gesto de questionar (e inclusive negar) qualquer autoridade crítica ou acadêmica.

A anti-arte quebra a relação passiva do espectador com a obra, convidando-o e provocando sua participação direta no trabalho visto ou vivenciado. Além disso, passa a incorporar novas matérias do uso cotidiano e a investir na precariedade desses novos suportes.

O objetivo era introduzir na Arte o sentimento de libertação, inovação, a subjetividade e até mesmo um pouco de Irracionalismo. Dessa forma, o movimento provocou uma grande ruptura na tradição cultural dos anos anteriores.

Mas enquanto o dadaísmo propunha uma nova relação do homem com o meio, o surrealismo queria uma nova relação do homem com seu inconsciente, de onde retiraria imagens puras, sem interferências sociais. A influência dos dois movimentos pode ser facilmente notada em uma série de eventos na cidade.

Dadaísmo no Brasil
No Brasil, os grandes escritores influenciados pelo Dadá foram Mário de Andrade e Manuel Bandeira, autores com forte presença no movimento modernista brasileiro.

Muitos artistas se inspiraram na atmosfera crítica do dadaísmo e no caráter subversivo dos ready made. Foi possível perceber outras possibilidades de representação e expressão, ressignificando objetos prontos. Dessa forma, outros artistas também utilizaram o artifício em suas criações.

Algumas de suas obras mais lembradas são Autorretrato (1930), Namorados (1927) e Figura (1927). Foi em 1929, após uma viagem à Argentina que Nery foi diagnosticado com tuberculose. Após dois anos de internação no Sanatório de Correas, em Petrópolis, saiu de lá se sentindo curado.

No Brasil, o dadaísmo está presente como influência na literatura modernista e concretista. O dadaísmo surgiu em 1916, em Zurique, durante a Primeira Guerra Mundial.