Qual a diferença entre o pensamento de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino?

Perguntado por: efigueiredo . Última atualização: 21 de maio de 2023
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Embora Santo Agostinho se vincule à tradição platônica, de caráter idealista, e Santo Tomás de Aquino retome a tradição aristotélica, de caráter realista, suas concepções de educação convergem quanto a sua finalidade, que é aquela de formar o cristão.

Tomás de Aquino considera que a alma é a forma essencial do corpo, responsável por dar vida a ele. A alma humana é subsistente, imortal e única; para isso, o homem tende naturalmente para Deus. Tomás de Aquino é unanimemente reconhecido como o maior dos filósofos medievais.

A justiça seria a lei de Deus, e a verdadeira justiça só poderia ser encontrada na Cidade de Deus. O direito natural, por conseguinte, vinha primeiramente da lei divina. Agostinho foi fortemente influenciado pela teoria dualista de Platão, que fazia uma divisão entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos.

Argumentava que tudo está em movimento e todo movimento é causado por alguém; desse modo, é preciso que haja uma causa inicial, um “primeiro motor”, como chamava. Além disso, constatou que é preciso que haja um Deus para que o universo esteja em tão perfeita harmonia.

Tomás de Aquino faz um segundo ponto importante. Ele diz que a fé cristã é eminentemente fundamentada na razão. Todos os dias, de fato, você e eu acreditamos em coisas que outras pessoas nos dizem e aprendemos verdades delas por confiar no que elas dizem.

São Tomás de Aquino defendeu a filosofia escolástica, que baseava-se no método cristão e filosófico pregado na união entre a razão e a fé. Esta filosofia foi amplamente difundida nas universidades medievais europeias. Como exemplo de obra da escolástica, escrita por São Tomás de Aquino, tem-se a “Summa Theologica“.

O objetivo era treinar o controle das paixões para merecer a salvação numa suposta vida após a morte. Não é por acaso que a obra principal de Santo Agostinho seja Confissões, em que narra a própria conversão ao cristianismo depois de uma vida em pecado.

Santo Agostinho categoriza o mal em três formas: ontológico, físico e moral, onde respectivamente representam o ser enquanto ser, a moralidade e o sofrimento no mundo.

Partindo do raciocínio da primeira via, Aquino aponta que há uma primeira causa de tudo, e essa causa é Deus. Ser necessário e seres possíveis: Existe aquilo que é necessário (que simplesmente é e não deixa de ser) e aquilo que é possível (aquilo que pode ou não existir, que deixa de existir, que começa a existir etc).

Para Santo Tomás, a liberdade consiste na condição mediadora do ser racional em dirigir-se por si ao Fim Último, onde a liberdade não é um fim, mas um meio. No período moderno a liberdade adquire valor antropocêntrico, visto que o homem é o centro das reflexões.

Portanto, Santo Tomás de Aquino atribui a predicação de Deus e da criatura, somente por analogia, evidenciando entre eles uma distância infinita da qual nenhum conceito transpõe, já que Deus transcende infinitamente a criatura.

Qual era o pensamento de Tomás de Aquino? O grande feito de Tomás de Aquino e a base de seu pensamento é a união entre fé e razão. Como estudioso da filosofia clássica, ele conseguiu perceber a relação que existe entre a lógica aristotélica e a fé cristã. Assim, criou uma ponte entre Filosofia e Teologia.

A FILOSOFIA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO
Uma de suas ideias centrais é a rejeição do absoluto antagonismo entre a razão e a fé. Para Aquino, existiriam as “verdades da fé”, atingíveis apenas por meio da revelação cristã, às quais não poderemos chegar através da razão.

8. Sobre São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, é possível AFIRMAR que: I. Ambos se apoiam no pensamento grego clássico, respectivamente Platão e Aristóteles, para dar um caráter filosófico e legitimar a doutrina cristã.

Tomás de Aquino, ao incorporar o conceito de vontade (voluntas) usado por Agostinho, interpretou o a partir de uma antropologia intelectualista aristotélica, contrapondose à interpretação agostiniana de uma vontade ambivalente em relação ao bem definido como tal pela razão.

A filosofia de Santo Agostinho procura conciliar filosofia e teologia. Fé e razão são complementares, unindo o mundo suprassensível divino ao mundo humano em corpo e alma. Os conhecimentos sensível e racional só podem ter um bom caminho quando são iluminados por Deus.