Qual a diferença entre o mal radical e a banalidade do mal?

Perguntado por: abarbosa . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Resumo: Em Origens do totalitarismo Hannah Arendt emprega o termo mal radical, compreendido como mal absoluto, para se referir à fabricação da superfluidade nos campos de extermínio. Em Eichmann em Jerusalém ela emprega a expressão banalidade do mal para se referir à conduta de indivíduos como Adolf K.

O conceito de “Banalidade do Mal”, aprofundado por Hannah Arendt no livro “Eichmann em Jerusalém”, trouxe-lhe as críticas da comunidade judaica e também a polémica que ainda se mantém.

Você pode usar esse repertório em qualquer redação, basta citar que o mal já está tão presente na sociedade que ela a considera como normal, não fazendo uma ação para mudar de realidade.

Segundo Hannah Arendt, a banalidade do mal é o fenômeno da recusa do caráter humano do homem, alicerçado na negativa da reflexão e na tendência em não assumir a iniciativa própria de seus atos.

O conceito de banalidade do mal foi inaugurado pela filósofa Hannah Arendt no livro Eichmann em Jerusalém, publicado em 1963, em que a autora descreve suas percepções sobre o julgamento de um oficial nazista.

Seu principal conceito, o de pluralismo político, defende a importância de existir igualdade política e liberdade, com tolerância e respeito às diferenças, visando a inclusão.

Hannah Arendt

Detalhes do livro
Hannah Arendt e a banalidade do mal se dirige tanto aos conhecedores do pensamento arendtiano quanto àqueles que desejam conhecê-lo, colocando-se na fronteira entre as áreas de filosofia, política, história, sociologia e direito.

A indiferença caracteriza-se pela apartação do semelhante - que não é percebido como tal - naturalizam-se suas mazelas num determinismo macabro. Pois, desconsiderar a existência do outro é pior que matá-lo, é matá-lo em vida, é uma aniquilação sem óbito. A indiferença é a própria banalização do mal.

Principais ideias de Hannah Arendt. Hannah Arendt era adepta do conceito de “pluralismo” no âmbito político. Pelo pluralismo seria possível gerar o potencial de uma liberdade e igualdade política entre as pessoas. Ela trabalhou acerca da questão da importância do pensamento crítico como guia das ações humanas.

A banalização do mal está, justamente, no fato de que as pessoas optam por não pensar criticamente e nada fazem para impedir o mal; elas fingem que acontecimentos relevantes para a sociedade não lhes dizem respeito, isto é, pensam apenas em si.

Deste modo, pouco antes da meia-noite, Eichmann teve cumprida sua execução por enforcamento. Segundo Arendt, o julgamento prometia ser um acontecimento histórico, o maior desde o Tribunal de Nuremberg, instaurado em novembro de 1945.

Citações diretas
Como diria Rousseau, no livro “O Contrato Social”, “o homem nasce livre, mas em toda parte encontra-se acorrentado”. O tema da participação política pode ser visto em diversas expressões artísticas.

Isso quer dizer que o texto é escrito em prosa e precisa defender uma ideia, argumentando sobre ela. Além disso, esse tipo de texto, precisa ser escrito em terceira pessoa.

Ela se sentiu espantada ao ver que Eichmann não era o q ela imaginava. Ele era um ser humano comum, normal como qualquer outro, pai de família e um funcionário. Eichmann era responsável pelo envio dos judeus aos campos de concentração, despachando-os nos trens.

Mas, quem foi Adolf Eichmann? O relato mais famoso sobre essa figura foi escrito pela filósofa alemã Hannah Arendt para a revista The New Yorker quando, na década de 1960, Eichmann foi capturado na Argentina e levado a julgamento em Israel por sua participação no extermínio de judeus durante o período nazista.

Segundo Arendt, a perseguição dos judeus teria sido um pretexto para ganhar as massas, ou seja, um interessante recurso de demagogia, como uma espécie de proxy conveniente. Aquele totalitarismo na Alemanha tinha, afinal, a ver com terror e coerência - não com a erradicação dos judeus apenas.

Dito de outra forma, pessoas desacostumadas à reflexão ou que tenham dificuldade de exercitar a razão de maneira autônoma estariam aptas às piores práticas, o que sintetiza o conceito de “banalidade do mal” proposto pela filósofa.

"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele", escreve Arendt, acrescentando que "a educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos".