Qual a culpa do Bolsonaro na inflação?

Perguntado por: esoares . Última atualização: 7 de maio de 2023
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Cobrado pela alta dos preços por um apoiador na porta do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro, insinuou que a alta da inflação é culpa do isolamento social, determinado para conter a expansão do novo coronavírus..

A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou no período, com taxa anual partindo de 5,90% em dezembro de 2022 para 3,40% em junho.

Ao longo dos três primeiros anos do governo Bolsonaro, esse rendimento registrou queda em termos reais. Em 2019, foi de R$ 2.471, um real a menos do que o do ano anterior. Em 2020, de R$ 2.386, e no ano seguinte de R$ 2.265, sempre a preços de 2021. Foi o menor valor da série histórica, iniciada em 2012.

A inflação oficial do país observada entre 2019 e 2022 ficou em 26,93%, no maior patamar para um mandato desde o primeiro governo de Dilma Rousseff, que aconteceu entre 2011 e 2014 (27,03%).

Os trabalhadores de baixa renda são os que mais sofrem com os efeitos da inflação. Cada vez que vão a supermercados percebem que o poder de compra encolheu na mesma proporção em que os preços aumentaram.

De janeiro de 2019 –quando Bolsonaro assumiu à Presidência– a junho de 2022, a gasolina já subiu 69%, de acordo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) tabulados pelo Observatório Social do Petróleo (OSP).

No caso dos alimentos, o estudo do Dieese mostra que o maior consumo de outros países (exportação) e a subida do dólar foram algumas das causas do aumento dos produtos, além da queda de financiamento e de programa de estímulo a produtores, com cortes de verbas do governo federal.

O início do governo Bolsonaro se deu sob grandes expectativas de recuperação da economia. Após uma longa depressão, os índices de confiança de consumidores e empresários retomavam os níveis de seis anos antes. As taxas de juro caíam, e os preços das ações subiam.

Durante os anos do governo Lula, o PIB brasileiro teve um crescimento médio de 4% ao ano |3|. Esse cenário de crescimento econômico, conforme citado, ancorou-se, sobretudo, no crescimento das exportações de matérias-primas e commodities do Brasil para nações em vertiginoso crescimento, como a China.

Todas as projeções para a inflação em 2023 estão bem acima do teto da meta deste ano, de 3,25%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 1,75% a 4,75%). No caso de 2024, a meta é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (1,50% a 4,50%).

Lula aumentou gastos sociais em R$ 112 bilhões durante primeiros 100 dias de governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou em 112,1 bilhões de reais os gastos com programas sociais durante os primeiros 100 dias de seu novo governo.

Na economia, Lula bate Bolsonaro, mas presidente estabilizou dívida pública - 28/10/2022 - Mercado - Folha.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil emprestou US$ 15 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) durante seu governo. O empréstimo, na época, porém, foi de US$ 10 bilhões.

Duas iniciativas tomadas pelo governo Bolsonaro extremamente próximas das eleições presidenciais de 2022 estão sendo acusadas pela presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, por elevar o endividamento das camadas mais vulneráveis da população e reduzir os índices de liquidez do banco.

A inflação no primeiro mês do ano foi impulsionada pela categoria de alimentos e bebidas (0,59%) e pelo setor de transportes (0,55%), devido ao aumento de combustíveis como gasolina e etanol. Em dezembro, o aumento de preços foi de 0,62%, enquanto em janeiro de 2022 o aumento havia sido de 0,54%.

A inflação mais baixa do período ocorreu no primeiro governo Lula, 5,51%, segundo cálculos do Banco Brasil Plural. O primeiro mandato de Lula teve IPCA médio de 6,43%. Nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, a inflação foi de 9,71% e 8,78%, respectivamente.