Quais tipos de violência mais cresce no Brasil?

Perguntado por: ipimenta . Última atualização: 26 de abril de 2023
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A intolerância racial é apontada como motivadora do aumento da violência, principalmente, contra os negros no Brasil. De acordo com o Mapa da Violência, enquanto os homicídios contra brancos caíram 27% entre 2003 e 2014, o mesmo tipo de crime praticado contra negros cresceu 9,9% no período.

Cinco tipos de violência

  • I - violência física. Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal;
  • II - violência psicológica. ...
  • III - violência sexual. ...
  • IV - violência patrimonial. ...
  • V - violência moral.

Foram 40,8 mil mortes violentas no país ao longo de 2022 - o menor registro da série histórica do FBSP pelo segundo ano seguido. Alta das mortes no último trimestre, porém, acende alerta. Índice nacional de homicídios criado pelo g1 é baseado em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

As brasileiras com idades entre 20 e 39 anos enfrentam maior risco de sofrerem violência repetidamente, agressão ou de serem assassinadas do que mulheres de outros grupos etários.

São João do Jaguaribe, no Ceará, ocupou a primeira posição, com população que supera 7,5 mil habitantes e taxa média de 224 homicídios. Na sequência, aparecem Jacareacanga (PA), com 199,2; Aurelino Leal (BA), com 144,2; Floresta do Araguaia (PA), com 133; e Umarizal (RN), com taxa média de 123,6.

A desigualdade social é um dos fatores que agravam quadros de violência. Os homicídios concentram-se em bairros pobres e atingem, em proporção muito maior, a população pobre. A situação é ainda mais preocupante quando se conjugam a desigualdade e o racismo.

A violência urbana é um fenômeno social causado por problemas estruturais como as desigualdades socioeconômicas, a segregação urbana, a falta de oportunidades de trabalho e também de acesso a outros direitos básicos do cidadão, como moradia digna, saúde e educação.

Os tipos de violência mais notificados foram: física (64,7%), sexual (24,7%), psicológica (24,5%) e negligência/abandono (12,2%). Violência sexual e psicológica tiveram maior frequência entre as mulheres, enquanto violência física e negligência/abandono foram mais frequentes entre os homens (Tabela 2).

Os índices atuais de violência são preocupantes. A violência está disseminada no meio social sob formas variadas. Seja no trânsito, na escola ou no espaço familiar, seja nas grandes cidades ou no interior. Mesmo quando tipificada como homicídio, latrocínio, tráfico, a violência resiste às medidas de repressão.

Tais atitudes e comportamentos podem vestir a roupagem de insultos constantes, xingamentos, desvalorização, humilhações públicas, chantagem, ridicularização, ameaças, manipulação afetiva, críticas pelo desempenho sexual, omissão de carinho.

Caracterizada da forma mais básica como o preconceito, ódio e opressão de um grupo em relação a outro, a exemplo do racismo, da homofobia e da misoginia, a violência social atinge comunidades inteiras, e normalmente está ligada a outras formas de agressão, física e psicológica.

Crimes mais cometidos no Brasil e penalidades
Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam pessoas às prisões no Brasil, com 28% da população carcerária total, segundo o Depen. Somados, roubos e furtos chegam a 37% das ocorrências. Os homicídios representam 11% dos crimes que causam prisão.

De acordo com o Instituto, a maior parte das vítimas sofreu roubo de bens fora do domicílio, seguido de roubo em seu próprio domicílio. No primeiro tipo de crime, o uso de arma foi acima de 80%, porcentagem superior aos crimes ocorridos dentro de domicílios.

Além da desigualdade social, outro fator de risco que lidera as causas das violências no Brasil é a política equivocada de guerra às drogas, que fomenta confrontos diversos entre facções criminais e entre estas e as forças policiais, vitimando civis e policiais, em sua maioria, jovens, pobres e negros.