Quais são os costumes dos tropeiros?

Perguntado por: bgarcia . Última atualização: 19 de maio de 2023
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Além do comércio alimentício, havia o comércio de roupas, escravos e ferramentas dos mineradores em algumas regiões. Estes bravos homens dormiam ao relento ou em algum rancho bem simples, sempre cuidando das tropas e mercadorias. A alimentação era geralmente arroz, feijoada e farofa de carne seca.

Os tropeiros eram condutores de tropas de cavalo ou mulas, que atravessavam extensas áreas transportando gado e mercadorias. Os percursos podiam durar várias semanas e envolvendo regiões do Sul, Sudeste e Cento-Oeste do Brasil. Essa atividade existiu desde o século 17 até início do século 20.

Os tropeiros levavam as notícias, cartas e recados de um lugar ao outro. Os tropeiros ajudaram na comunicação entre as pessoas. Nos caminhos percorridos pelos tropeiros, eles desbravavam matas e florestas, utilizavam ou criavam novos caminhos. Pousos eram os locais onde os tropeiros descansavam.

Inicialmente chamados de homens do caminho, tratantes ou viandantes, os tropeiros passaram a ser fundamentais no comércio de escravos, alimentos e ferramentas dos mineiros.

As mercadorias importadas e alimentos eram trazidos no lombo de mulas que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos do território. Quando não aproveitavam as estradas há muito tempo abertas pelos índios, os tropeiros tinham o trabalho de desbravar a mata virgem para a criação de novas rotas.

O tropeiro foi de fundamental importância no período, pois, em tempos de escravidão e de uma sociedade senhorial pautada pela moral católica de valorização do ócio, o transporte de mercadorias, visto como algo marginal, ficou a cargo de homens livres, pobres, que o desempenharam por ser uma forma de garantir sua ...

Eram os tropeiros – assim chamados por conduzirem as tropas de animais pelas tantas rotas que ligavam cidades próximas ou distantes. As caravanas que percorriam a região sudeste, entre Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e arredores, eram chamadas de tropas cargueiras.

Tropeiros vinham do Rio Grande do Sul até São Paulo carregando mulas", ressalta. As viagens eram longas e com até 200 bois. Para atravessar o Rio Paraná, era necessário colocar o gado em uma balsa. "Todo o processo para colocar e tirar os bois e atravessar o rio levava perto de duas horas", relata.

A partir desse caminho, os tropeiros chegavam ao Paraná e depois rumavam para Sorocaba – por meio da incorporação de caminhos já existentes que ligavam Curitiba ao atual estado de São Paulo – e de lá podiam seguir para Minas.

Os tropeiros faziam o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e sudeste. Comercializavam também alimentos, principalmente o charque (carne seca) do sul para o sudeste. Como a região das minas estava, no século XVIII, muito voltada para a extração de ouro, a produção destes alimentos era muito baixa.

Nesses trajetos, os tropeiros procuravam seguir o curso dos rios ou atravessar as áreas mais abertas, os “campos gerais” e, mes- mo conhecendo os caminhos mais seguros, o trajeto levava várias semanas.

As tropas de burros procedentes de Argentina e Uruguai entraram no Brasil no século XVI através do Rio Grande do Sul. A Argentina trouxe jumentos e éguas da Espanha e foram criados em grandes estâncias nesses paÍses vizinhos.

Os tropeiros enfrentavam dificuldades diversas, tais como estradas ruins (muitas vezes nem sequer havia estradas oficiais nos caminhos que tomavam, tendo eles mesmos de abrir caminho em meio à natureza virgem), comida insuficiente, o risco de serem atacados por povos nativos e o risco de doenças.