Quais os desafios da educação quilombola no Brasil?

Perguntado por: rgaspar . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Os desafios são grandes, sendo necessário modificar a cultura escolar, que exclui a diversidade. Na representação quilombola, não é o passado que retorna. É o presente que faz aflorar a história e a ancestralidade dentro das experiências que levam à organização social.

As demandas dos quilombolas nas audiências públicas evidenciaram a vivência destes numa sociedade comum partilhada, sendo suas principais reivindicações no campo da educação: acesso à tecnologia, formação profissional dos jovens e adultos e acesso ao ensino superior.

Logo, a educação quilombola na escola deve partir dos princípios de uma educação integral, isto é, reconhecer o território e a comunidade como parte do processo educativo. Isso significa que a escola precisa de uma arquitetura que faça sentido para a comunidade em que está inserida.

Dificuldade de acesso a bens e serviços, predominância de doenças-crônicas, ganho de peso e um atendimento pontual e curativista são alguns dos fatores que permeiam esse grupo populacional.

As contradições entre a Legislação e a sua efetiva aplicação, contudo, constituem hoje o maior desafio, uma vez que a incorporação do quilombo na ordem jurídica não tem sido suficiente para alterar as práticas de expropriação e controle da terra, e com elas a situação de precariedade em que vivem os grupos negros na ...

Uma das questões mais atuais da resistência dessas comunidades é a luta pelo território. No Brasil, o número de quilombos titulados é baixo. Quilombolas enfrentam ameaças do agronegócio, da especulação imobiliária e do próprio poder público.

Resposta verificada por especialistas
O grande problema enfrentado pelos grupos quilombolas é pelo fato de eles passam por muita pressão externa para que vendam suas terras para os grandes empresários brasileiros, isso faz com que esse povo tradicional acabe perdendo sua origem e sua natureza.

As populações quilombolas, em geral, dependem da agricultura para sobreviver. Sem poder sair para vender seus produtos, têm sofrido também com insegurança alimentar, já que grande parte não conseguiu o auxílio emergencial do governo federal.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, de 2012, estas escolas devem estar inscritas em suas terras, e ter uma pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade, bem como reconhecer e valorizar sua diversidade cultural.

O que diferencia uma escola quilombola de uma escola regular é o respeito à cultura e à história do local. Por causa disso, o projeto político pedagógico da escola precisa, além do núcleo comum, estar voltado para a realidade local.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, representa uma vitória dos movimentos sociais, pois elas nasceram na base, a partir da luta da população negra, mais especificamente do movimento quilombola.

Os princípios que regem a Educação Escolar Quilombola são: o respeito e reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira como elementos estruturantes do processo civilizatório nacional; a proteção das manifestações da cultura afro-brasileira; a valorização da diversidade étnico-racial; a promoção do bem de todos ...

A escola nas comunidades quilombolas é uma garantia de educação para estudantes da educação básica que residem em comunidades quilombolas. Para isso, as escolas quilombolas devem ser garantidas pelo poder público e organizadas com as comunidades e movimentos sociais.

A escola se dedica a contar a história da formação da comunidade e sobre a escravidão no Brasil promovendo visitas a fazendas que usavam mão de obra escrava, e recolhem e expõem utensílios e artesanatos encontrados nos locais.

As grandes extensões, a precariedade do transporte público, de comunicação e do sistema de saúde representam um desafio extra no combate ao novo coronavírus nas Terras Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhas dessa região.

Comunidades tradicionais historicamente ocupam territórios ameaçados pelo setor agropecuário, pelo garimpo, pelo desmatamento ou pela exploração desenfreada da fauna, flora e recursos hídricos. Esses povos, ao contrário, contribuem para a preservação da conservação desses territórios e manutenção da biodiversidade.

A Agenda Social Quilombola compreende ações voltadas aos seguintes eixos: Acesso a Terra; Infraestrutura e Qualidade de Vida; Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local e Direitos e Cidadania.