Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos índios no Brasil?

Perguntado por: eazambuja3 . Última atualização: 1 de fevereiro de 2023
4.7 / 5 20 votos

Os índios do Brasil viveram séculos na invisibilidade. Apesar de terem atravessado caminhos de mortes e de cicatrizes não curadas, pouco se fala na história de vida real desses povos, que foram dizimados por doenças introduzidas pelos invasores portugueses e outros: dentre elas, gripe, varíola, sarampo.

Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato.

Discriminação, violência, pobreza e pouco acesso a serviços básicos continuam sendo problemas comuns para as comunidades indígenas na América Latina e no mundo, disse à Agência Efe o relator especial para os Direitos e Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas da ONU, James Anaya.

Conflitos pela vida e terras indígenas
De acordo com o relatório Conflitos no Campo Brasil 2020, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2021 algumas modalidades de violência no campo, como a invasão de territórios indígenas, sofreram um crescimento exponencial em relação aos anos anteriores.

Desde junho de 2020, uma série de conflitos entre indígenas e garimpeiros são registrados no território, nas comunidades Maloca do Macuxi, Xirixana de Helepi e, mais recentemente, em Palimiú, no município de Alto Alegre, ao Norte de Roraima.

No Brasil, a grande maioria das comunidades indígenas vive em terras coletivas, declaradas pelo governo federal para seu usufruto exclusivo. As chamadas Terras Indígenas (TIs) somam, hoje, 726 áreas.

A gente sofre preconceito porque a sociedade sempre vê o índio como aquele primitivo que não vai crescer, e quando o índio mostra o seu talento aí vem o preconceito, o racismo. Então escrever é importante para mostrar para a sociedade que nós também podemos fazer a mesma coisa que o outro faz.

Em geral, quanto às dificuldades para regularização, ou as terras já ocupadas por índios são alvo do interesse de terceiros (latifundiários, extrativistas, mineradores, responsáveis por grandes empreendimentos – como a construção de hidrelétricas –, etc.), ou aquelas reivindicadas pelos índios já estão em posse de não ...

A população indígena no país sofreu um enorme decréscimo, entre o século XVI e o século XX, passando de milhões para a casa dos milhares. Extermínios, epidemias e também escravidão foram os principais motivos dessa redução.

Os índios atuais absorveram diversas práticas que não pertencem à sua cultura. Muitas crianças indígenas frequentam escolas, mantidas nas aldeias pela Fundação Nacional do Índio, e aprendem o português. Mas isso não quer dizer que os indígenas tenham abandonado suas tradições, como os rituais religiosos e as danças.

Embora seja ficcional, a obra épica revela os desafios vividos pela sociedade no processo de valorização da cultura indígena. Nesse sentido, esses desafios podem ser enumerados como a incorporação cultural de outros povos, além da falta de proteção sobre regiões indígenas.

Comunidades tradicionais historicamente ocupam territórios ameaçados pelo setor agropecuário, pelo garimpo, pelo desmatamento ou pela exploração desenfreada da fauna, flora e recursos hídricos. Esses povos, ao contrário, contribuem para a preservação da conservação desses territórios e manutenção da biodiversidade.

Panorama atual das Terras Indígenas
Do número total de invasões, as principais motivações foram a exploração ilegal de madeira/desmatamento, atividades de garimpo e exploração mineral, atividades agropecuárias (soja, milho e gado), incêndios, pesca predatória e grilagem/loteamento ilegal.

No decorrer de 2020, a entidade identificou nove mortes por conflitos no campo em todo o território nacional. Em 2021, o número saltou para 109, um aumento de 1.110%. Desse total, 101 mortes foram de indígenas Yanomami provocadas por ações de garimpeiros.

Segundo ela, o desmatamento, ocorrência de incêndios, a proximidade com rodovias, degradação florestal, mineração e o avanço da agropecuária. O levantamento indica que, na comparação com o período de 2001 a 2010, de 2011 a 2019, o percentual de áreas ameaçadas no entorno das terras indígenas aumentou 74%.