Quais as consequências de se isolar?

Perguntado por: asalgado . Última atualização: 28 de abril de 2023
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O isolamento social pode desencadear ou agravar doenças psiquiátricas. O isolamento social forçado também pode acarretar doenças psicológicas nos indivíduos. Quando a pessoa é forçada a ficar em casa, ela pode desenvolver um quadro de ansiedade generalizada, que pode evoluir para a depressão.

Para os psicólogos, o principal efeito do isolamento social são os danos causados a saúde mental. Transtornos como ansiedade, fobias, depressão e a sensação de solidão, podem se agravar nesse período, e tornar tudo mais complicado.

Isolar-se pode ser tanto um desejo normal para realizar momentos de introspecção e paz, quanto pode ser um problema relacionado a certos distúrbios ou limitações sociais. Existem alguns transtornos específicos que fazem com que as pessoas tenham muita dificuldade de se relacionar com outras.

Hikikomori é um transtorno mental marcado por isolamento social grave, físico e interpessoal, que dura ao menos seis meses. Em 1998, o psicólogo Tamaki Saito comparou o comportamento ao de uma "adolescência prolongada" e cunhou o termo hikikomori no livro Isolamento social: uma adolescência sem fim.

Solidão e isolamento também estão associados com aumento da pressão sanguínea, níveis elevados de colesterol, depressão e, como se não bastasse, em uma diminuição de habilidade cognitiva e surgimento de Alzheimer.

Ficar sozinho por muito tempo aumenta a liberação do cortisol pelo cérebro, o chamado “hormônio do estresse”. E os efeitos são semelhantes ao de estar estressado: maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, diminuição da imunidade e surgimento de sintomas de depressão e ansiedade.

De acordo com o psicólogo Vitor Friary, a solidão pode ser um reflexo de questões internas ainda não resolvidas por alguém. Por exemplo, uma pessoa que sofre com baixa autoestima, pode pensar que não é boa o bastante para estar com determinadas pessoas ou que não tem o perfil certo para estar em um local.

Estudos em ratos, por exemplo, mostram que o estresse induzido pelo isolamento prolongado pode causar alterações na estrutura do cérebro, incluindo redução do volume do hipocampo, além de alterações na expressão de genes associados à neuroplasticidade e sinalização química.

Enquanto o isolamento social surge em situações em que uma pessoa não tem pessoas suficientes para interagir, um estado objetivo, a solidão é a experiência subjetiva de angústia por não ter relações sociais suficientes ou por não ter contato suficiente com as pessoas.

Eles descobriram que a maioria das pessoas que se isolaram de maneira mais intensa, saindo de casa menos de uma vez por semana, apresentavam muitos sintomas de sofrimento psicológico, incluindo ansiedade e depressão, enquanto que as pessoas que se isolaram de maneira menos intensa apresentavam bem menos sintomas.

Uma pessoa que não socializa tem maiores chances de diminuir o seu bem-estar psíquico. E isso pode contribuir para o adoecimento. Depressão e ansiedade estariam entre os transtornos de maior risco", pontua Ariel Lipman.

Mas pode ocorrer em decorrência de uma doença mental
A depressão, a fobia e alguns transtornos mentais podem levar ao isolamento e, neste caso, é fundamental ter um diagnóstico eficaz para tratar a raiz do problema.

Uma experiência negativa e intensa com pessoas no passado; A tendência de ficar ansiosa ou muito nervosa; Alguns problemas físicos, como a insuficiência renal, ou. A mente pode aprender sozinha a sentir medo de pessoas.

O processo de socialização é muito importante para um bom desenvolvimento mental. Afinal, somos seres sociais. Essa vontade grande de se isolar das pessoas pode ser algo passageiro indicando uma tristeza ou até o início de uma possível depressão .

Segundo o psiquiatra Diego Freitas Tavares, a situação é diferente: “O isolamento é um dos sintomas do distúrbio e não agrava o quadro. É uma maneira que o depressivo encontra de se sentir seguro e melhor”.

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