Quais as atividades que os sírios exercem no Brasil?

Perguntado por: lrezende . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Prepara os tradicionais shawarmas, sanduíches sírios, e vende uma ampla diversidade de salgados.

"A vida está muito difícil agora. Não tem mais trabalho, o preço das coisas está muito alto. Antes eu recebia dois ou três pedidos por dia, agora recebo dois ou três pedidos por semana", relata Tinawi. Ele conta que muitos sírios estão na mesma situação de vulnerabilidade por serem autônomos ou microempresários.

Existem dois principais motivos para isso: Situação política do país com forte centralização do poder nas mãos do ditador Bashar al-Assad e muita repressão; Atuação de grupos como o Estado Islâmico.

Embora pouca gente saiba, pimenta, noz-moscada, cravo e canela que ressaltam o sabor na culinária brasileira, o uso do azeite no lugar da banha de porco e até o sagrado cafezinho são marcas da cultura árabe, uma influência que vai muito além das esfihas e quibes, totalmente incorporadas em nossa mesa.

A população brasileira de descendência total ou parcial de sírios é estimada pelo governo brasileiro em cerca de 3 ou 4 milhões de pessoas.

A economia síria tem como base a produção agrícola, como frutas mediterrânicas, e a extração mineral, como o petróleo. A maior parte da infraestrutura síria foi destruída durante a guerra civil que ocorre no país desde o ano de 2011 e envolve a luta pela deposição do ditador al-Assad.

Estima-se que o encolhimento da economia foi da ordem de 70% na última década. O Produto Interno Bruto (PIB) da Síria é de 60 bilhões de dólares. O setor de serviços responde por uma parcela de aproximadamente 61% e concentra também a maior parte da mão de obra empregada do país.

A Turquia continua a abrigar a maior população de refugiados do mundo, incluindo mais de 3,7 milhões de sírios, enquanto o Líbano e a Jordânia estão entre os países com o maior número de refugiados per capita globalmente. Enquanto isso, as necessidades humanitárias dentro da Síria estão aumentando.

Aproximadamente 3,8 mil deles chegaram ao Brasil na última década. Mais de 80% deles se concentram em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, onde já existia uma comunidade sírio-libanesa consolidada.

Em torno de 90% da ancestralidade dos sírios é oriunda dos povos semitas que habitam a Síria desde tempos imemoriais, como os arameus, assírios e canaanitas. O restante provém das seguintes populações: povos da Anatólia e do sul da Europa (c. 1.000 a.C.), gregos (século IV a.C.) e povos do Cáucaso (domínio otomano).

O censo menciona três “turcos” na cidade do Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Biografias revelam, ainda, que seus autores estavam no Brasil no início de 1880. Diante disso, o ano de 1871 é aceito como a data em que os primeiros sírios e libaneses entraram no Brasil.

Os árabes começaram a chegar ao Brasil nos anos 1870. Vinham, em sua maioria, do que mais tarde se tornaram a Síria e o Líbano —à época, territórios sob domínio do Império Otomano. Cerca de 140 mil deles chegaram aqui. A comunidade diz que há hoje milhões de descendentes.

Na Antiguidade, a Síria era a junção de diversos Estados (Gesur, Zobá, Arã e Damasco). Naquele tempo, os habitantes sírios lutavam para tomar as terras de Israel. Os Estados da Síria se unificaram pelo comando de Damasco. A Mesopotâmia (Iraque e Líbano, atualmente) fazia parte do país.

A influência da civilização islâmica ocorre no Brasil desde a chegada dos portugueses, seja nas técnicas de navegação, na arquitetura das habitações ou mesmo na economia.

São Paulo – Pagamentos a prestação, receitas gastronômicas, o jeito de fazer carnaval, novas palavras e negócios, muitos negócios, são algumas das heranças que os árabes trouxeram para o Brasil desde a chegada dos primeiros imigrantes ao País.

Os casamentos são arranjados e, em sua maioria, as meninas são vendidas. Uma entre quatro mulheres sírias se casam no Líbano antes mesmo de chegarem aos 18 anos. Essas estatísticas pioraram com a crise dos refugiados e a falta de perspectiva.