Porque os yanomamis estão morrendo?

Perguntado por: rzaganelli . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, esse problema foi causado pelo avanço do garimpo ilegal na região onde os yanomamis vivem. As crianças estão morrendo de contaminação por mercúrio, que é usado no garimpo, desnutrição e fome. Muita gente tem ou teve malária.

Crise humanitária na Terra Indígena Yanomami
Milhares de garimpeiros estão atuando ilegalmente no território e provocando um grande impacto ambiental, atacando comunidades e levando doenças – ações que resultaram na atual crise de saúde que está assolando comunidades Yanomami.

Três indígenas Yanomami foram assassinados por garimpeiros na região do Homoxi, dentro da Terra Indígena. A informação, divulgada nesse domingo (5), é do líder Júnior Hekurari Yanomami, que está na região acompanhando as ações de saúde frente à crise humanitária no território.

O Ministério da Saúde registrou a ocorrência de 42 mortes de indígenas na terra yanomami nos dois primeiros meses de 2023. Esse número pode chegar a 48, uma vez que seis óbitos estão sob investigação e não foram contabilizados nos dados do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami, vinculado à pasta.

Esse povo vive em grandes casas comunais circulares, chamadas de “yanos” ou “shabonos” – algumas podem acomodar até 400 pessoas. A área central é usada para atividades coletivas, como rituais, festas e jogos. Embora haja dados compilados, o número de indígenas que ocupam as aldeias varia de acordo com a região.

Segundos dados do Ministério da Saúde divulgados nesta semana, 129 indígenas que residem na Terra Yanomami já morreram em 2023; há vários registros de causas de morte evitáveis, como desnutrição, pneumonia e tuberculose.

O aumento de casos e mortes por desnutrição e malária na reserva indígena yanomami ligou o sinal de alerta do governo federal e motivou um decreto de Emergência de Saúde Pública neste território.

A sociedade yanomami é caracterizada pela clara divisão de trabalho entre homens e mulheres nos serviços cotidianos. A ação de garimpeiros, madereiros e agropecuaristas nas terras das aldeias yanomamis geram grande impacto ambiental e social.

Eles se sustentam em parte pela caça, coleta e pesca, mas as roças também são cultivadas em roças amplas localizadas na floresta. Como o solo amazônico não é muito fértil, um novo jardim é criado a cada dois ou três anos.

A desnutrição e a falta de medicamentos registrados na Terra Yanomami são fatores determinantes para a situação precária encontrada pelas autoridades competentes, tanto federais quanto estaduais.

O genocídio dos povos indígenas no Brasil existe desde os tempos da colonização portuguesa, com a implementação do cultivo da cana-de-açúcar na costa brasileira. Esse processo consistiu no extermínio das populações indígenas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doenças trazidas pelos europeus.

Entre 2019 e 2022, 177 indígenas do povo yanomami morreram por algum tipo de desnutrição, segundo dados do Ministério da Saúde. Nos quatro anos anteriores, foram 41 mortes. O crescimento pode ser ainda maior, porque os dados referentes a 2022 ainda estão sendo contabilizados.

Na entrevista, Trindade disse que os yanomamis estão em situação de desassistência e que o garimpo ilegal de ouro na região é a principal causa da crise de saúde que afeta a etnia que, no Brasil, vive entre os estados do Amazonas e de Roraima.

Segundo o acervo socioambiental do ISA, os povos desse conjunto habitam o norte da floresta amazônica, em um território de aproximadamente 192 mil quilômetros quadrados na região de vale entre os rios Orinoco, na Venezuela, e o Amazonas, no Brasil.

Nos quatro anos seguintes, já sob Bolsonaro, o número foi de 177. Os dados indicam um salto no número de mortes por desnutrição entre os yanomami já no primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019. Em 2018, foram sete mortes registradas por alguma forma de desnutrição. No ano seguinte, esse número aumentou para 36.

No ano seguinte, de acordo com o G1, quase 100 crianças entre um e quatro anos morreram na Terra Indígena Yanomami, segundo dados do MPI divulgados em janeiro de 2023. As causas das mortes são, em sua maioria, desnutrição, pneumonia e diarreia.

A tribo que habita a ilha Sentinela do Norte é conhecida por ser hostil ao contato do mundo exterior, e ser um náufrago em sua praia é praticamente uma sentença de morte. Por tudo isso, criou-se um mistério sobre a história da ilha Sentinela do Norte e os costumes de seus moradores.

Os Yanomami são semi-nômades. Como sua alimentação depende do cultivo de roças suplementado pelos produtos da caça, da coleta de frutos e insetos, eles se mudam periodicamente quando a região circunvizinha diminui seu potencial produtivo13,15.

Com cerca de 46 mil pessoas, a maior etnia é a Ticuna, que habita a região da Amazônia. A maioria da população indígena, 37,4%, vive na região Norte. De acordo com levantamento realizado em 2019 pela ONG Land is Life, existem 28 tribos isoladas no Brasil.

A Terra Indígena Yanomami (TIY), segundo as informações do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), reúne uma população de 31.007 indígenas residentes, divididas em cerca de 384 aldeias.

Estimam-se mais de 25 milhões de índios na América do Norte e cerca de 2 mil idiomas diferentes. Ao fim das chamadas "guerras indígenas", restavam 2 milhões, menos de 10% do total.