Porque os jesuítas eram contra a escravidão dos índios?

Perguntado por: dmoreira . Última atualização: 5 de abril de 2023
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Além destes conhecerem muito bem o território, os padres jesuítas tornaram-se empecilhos para a escravidão, porque defendiam os índios para serem catequizados. A Coroa só autorizava a escravidão indígena por meio da guerra justa.

Em diversos casos, temos no imaginário que os índios não aceitaram a escravidão porque eram "preguiçosos" e não estavam acostumados a trabalhar. Mas na verdade, eles foram muito resistentes à colonização, mesmo não tendo tantos anticorpos para resistir às doenças trazidas da Europa quanto os negros, trazidos da África.

Para diminuir a resistência dos indígenas, os jesuítas criaram aldeamentos, chamados de missões, para afastar os povos de sua comunidade e lhes transmitir a cultura e a educação européias. Às vezes, as missões agiam de forma autoritária e violenta. Por isso, muitas foram ineficientes.

Jesuítas no Brasil
Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial.

No contato com os indígenas, os jesuítas os classificaram em dois grandes grupos: os tupis, povos de "língua geral", e os tapuias, povos de "língua travada". Estes últimos foram depois identificados como jês.

Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese.

Os jesuítas catequizaram os índios para ganhar mais adeptos à Igreja Católica.

Eles ajudaram a formar nossa música, nossa poesia, nosso idioma, nossas bibliotecas". Os jesuítas eram padres jovens, de origem europeia. Cruzar o oceano, conhecer tribos indígenas e viver em uma terra pouco explorada era uma grande aventura.

A escravidão indígena no Brasil existiu principalmente no começo da colonização portuguesa, minguando posteriormente pela preferência pelo escravo negro, e por pressão dos lucros do tráfico negreiro, e extinguindo-se por ordem do Marquês do Pombal.

Nessas capitanias os colonos conseguiam escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras e, também, atacando as próprias tribos aliadas. Essas incursões às tribos, conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto pelos jesuítas como pela Coroa.

1755

O fim da escravidão indígena ocorreu em dois momentos. Em 1755, com uma lei válida apenas para o Estado Grão-Pará e Maranhão e em 1758, quando a lei foi estendida para todo o país. Você já conhece a página oficial do CNS no Facebook?

A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos.

A educação jesuítica baseava-se nas virtudes, isto é, nos valores cristãos, e nas letras com ensino da língua. Primeiramente, os padres jesuítas aprenderam a língua da terra (tupi-guarani) para comunicar- se com os índios, aproveitando-se da musicalidade dos nativos e utilizando-a como metodologia de ensino.

A familiaridade, da época, com demônios e santos permitiu projetar o bem e o mal na direção certa. Para expulsar demônios e trazer santos padroeiros, os jesuítas vieram de Portugal ao Brasil.

A ordem dos jesuítas, era composta por padres que pregavam a total obediência à doutrina da Igreja Católica, foi fundada no seguimento da Reforma Católica (Contra- Reforma).

Desde 1967, a Fundação Nacional do Índio (Funai) é o órgão indigenista oficial responsável pela promoção e proteção aos direitos dos povos indígenas de todo o território nacional.

Os jesuítas encontraram na nova terra grandes dificuldades para doutrinar e converter os nativos à fé cristã. Algumas das dificuldades eram referentes aos índios, como os costumes (antropofagia, poligamia, nomadismo), outras diziam respeito aos próprios portugueses.

Antes de ser Brasil, o país era chamado pelos índios de Pindorama, que na língua nativa significava “região ou país das palmeiras”.